Para Paulo Cardamone, da Bright Consulting, as operações brasileiras serão favorecidas com redução de custos
O anúncio da fusão dos grupos FCA e PSA nesta semana não chegou a ser surpresa no mundo automotivo. Como lembra o consultor Paulo Cardamone, da Bright Consulting, a FCA já havia conversado com General Motors e Renault nesse sentido e a união agora confirmada com a PSA acaba sendo uma herança de projeto iniciado no passado por Sergio Marchionne, o principal responsável pela formação do bem- sucedido conglomerado ítalo-americano em 2014, que faleceu em outubro do ano passado.
Na avaliação de Cardomane, a fusão da FCA e PSA trará grandes benefícios para os dois grupos a partir da consolidação de várias áreas já numa primeira fase, como a financeira, a de compras, de recursos humanos e controladoria. “A principal vantagem é a redução de custos”, destaca.
Numa segunda etapa, a economia também virá com o desenvolvimento conjunto de novos produtos e plataformas comuns. “Esse era o grande plano do Marchionne. Do ponto de vista do mercado global, a união faz todo sentido. Reduz os riscos das duas companhias”.
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Com exceção da Jeep, as demais marcas dos dois grupos concentram a produção em veículos dos segmentos B e C, que vão exigir novas tecnologias em propulsão e conectividade nos próximos anos. “Num horizonte de 10 anos, é inevitável trabalhar inovações nesses dois segmentos e é difícil o repasse dos custos para o consumidor que adquire veículos nessas faixas. Com a fusão, os custos são diluídos”.
Ouro ponto em comum dos dois grupos é a ausência deles no maior mercado automotivo atual, a China. “Não sei se é um problema não estar lá, mas é um ponto a se considerar”.
A união FCA com PSA, na avaliação do consultor, também favorecerá os negócios dos dois grupos no Brasil: “Será bom para os dois”. Na sua opinião, não há risco de fechamento de fábricas por aqui. “As empresas têm produtos distintos, com plataformas diferentes”.
Pelas projeções da Bright Consulting, as vendas internas só voltarão para a faixa de 4 milhões de veículos vendidos por ano lá por 2030. “Até lá, ninguém tem muito o que fazer em termos de planta. Não há necessidade de investimentos em aumento de produção. Quando a fusão caminhar para consolidação das plataformas o mercado brasileiro já terá voltado aos níveis de antes”.
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