A FCA, Fiat Chrysler Automobiles, e o Groupe PSA assinaram nesta quarta-feira (18) a fusão de seus negócios mundiais. A nova empresa terá sede na Holanda e nasce como o quarto maior fabricante global em números veículos e o terceiro maior em faturamento.
Em 2018, os dois grupos originais venderam conjuntamente 8,7 milhões de automóveis, SUVs e comerciais leves, e faturaram cerca de € 170 bilhões, com lucro operacional superior a € 11 bilhões e margem de lucro operacional de 6,6%.
“A nossa fusão é uma enorme oportunidade para assumir posição mais forte na indústria automotiva na medida em que buscamos dominar a transição para um mundo de mobilidade limpa, segura e sustentável”, afirmou Carlos Tavares, CEO do novo grupo pelos próximos cinco anos, que formalizou a união ao lado de Mike Manley, principal executivo da FCA.
Em comunicado oficial, a FCA-PSA reforçou que não pretende fechar nenhuma das fábricas das duas empresas originais, apesar de estimar que mais de dois terços dos veículos que produzirá para suas treze marcas serão montados sobre apenas duas plataformas globais — uma pequena e outra compacta-média —, com 3 milhões de unidades em cada uma delas.
O novo grupo tem 46% das receitas originadas na Europa, onde a PSA tem sua base de negócios mais representativa, e 43% na América do Norte, com a forte presença das marcas Jeep, Chrysler, Dodge e RAM sobretudo nos Estados Unidos, segundo maior mercado global de veículos.
Esse quadro, afirma o comunicado, “dará à nova companhia a possibilidade de reformular a estratégia em outras regiões”.Na América do Sul, a FCA tem presença mais destacada. Somando as marcas Fiat e Jeep, lidera o mercado brasileiro, o maior da região, com mais de 18% de participação, enquanto a PSA, com Peugeot e Citroën, tem apenas 2% das vendas no País. As duas montadoras contam com fábricas de veículos, motores e componentes no Brasil e Argentina.
A drástica redução do número de plataformas conjuntas, entende a FCA-PSA, otimizará os investimentos. Da mesma forma, com a maior escala, a empresa espera amortizar mais rapidamente custos no desenvolvimento de motores e novas tecnologias, sobretudo eletrificação e condução autônoma, processos em que claramente a PSA está mais adiantada e que pesou fortemente para a fusão.
A estimativa é de que esse ganho de eficiência em tecnologia, produtos e plataformas representem 40% do total de € 3,7 bilhões das esperadas sinergias anuais. Em compras, estariam outros 40% das reduções. As áreas de marketing, TI, administrativa e logística representarão os 20% restantes. Para atingir 80% desses resultados em quatro anos, o novo grupo pretende desembolsar € 2,8 bilhões.
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A nova empresa, listada nas bolsas de Paris, Milão e Nova York, será comandada por Tavares, que integrará ainda o Conselho de Administração de 11 membros, cuja maioria será independente. Cinco serão nomeados pela FCA e outros cinco pela PSA.
Antes da conclusão de todas as formalidades, esperada para daqui a 12 ou até 15 meses, a FCA abrirá mão de sua participação na Comau, empresa de robótica e automação industrial, enquanto a PSA distribuirá aos seus acionistas a participação de 46% que detém na Faurecia, fornecedora de componentes automotivos.
Foto: Divulgação/FCA
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