A crise econômica que vive a Argentina bateu duro no desempenho do setor automotivo no ano passado. De acordo com o balanço da Adefa, associação que reúne os fabricantes instalados no país, de janeiro a dezembro foram faturados para as concessionárias locais 372,4 mil veículos, volume 45,4% menor em comparação ao apurado no ano anterior, de 681,8 mil unidades.
Também as exportações terminaram em queda. Em 2019 a indústria local embarcou 224,2 mil veículos contra 269,3 mil unidades negociadas em 2018, um recuo de 16,7%. Do total da remessa, o Brasil absorveu 150,4 mil unidades, uma participação nas vendas de 67,1%. As compras brasileiras, no entanto, foram 19% menores em relação às de 2018, quando negociou 185,9 mil unidades.
Produção
De acordo com Gabriel López, presidente da Adefa, o desempenho da indústria argentina foi prejudicado por diversos fatores ao longo do ano. “Além da retração do mercado interno provocada pelos desequilíbrios macroeconômicos, a demanda do Brasil foi menor, o principal destino de nossas exportações.”
Com o mercado doméstico e as exportações em baixas, o chão de fábrica também foi sofreu significativa queda no ritmo. Nos doze meses de 2019, as fábricas produziram 314,7 mil veículos, volume que representou declínio 32,5% na comparação com o exercício anterior, quando a indústria construiu 466,6 mil unidades.
Política industrial
“Temos trabalhado duro para gerenciar essa situação, mas sem dúvida é essencial encontrar ferramentas que estabilizem as variáveis da economia e eliminem as incertezas no mercado local, para que, juntamente com uma potencial melhora na demanda externa, possamos começar a reverter os resultados negativos que registramos nos últimos anos”, resumiu em nota o dirigente da Adefa.
A exemplo do que fez o Brasil com o Rota 2030, o setor automotivo argentino também se dedica na introdução de um programa de desenvolvimento setorial. “É fundamental continuar trabalhando na articulação público-privada para avançar na implementação da agenda do Plano Estratégico 2030 que elaboramos em conjunto com toda a cadeia de valor e, portanto, poder contar com uma política industrial de longo prazo que possibilite uma indústria automotiva competitiva e sustentável.”
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