Um dos grandes destaques do Salão do Automóvel de São Paulo de 2018, a Tarok, picape média da Volkswagen, ainda não chegou às linhas de montagem. E há possibilidade que nem chegue, a julgar pela percepção de alguns profissionais a par do encaminhamento do projeto.

Na mostra paulistana do ano retrasado, Pablo Di Si, presidente e CEO da montadora na América Latina, admitiu que o modelo integrava a lista de vinte lançamentos programados pela empresa até 2020. O prazo ainda não acabou, mas AutoIndústria apurou que  o ritmo está muito aquém do previsto e que até já pairam dúvidas sobre sua viabilidade.

O  principal empecilho estaria no custo de produção do novo comercial. A montadora ainda não teria resolvido integralmente a equação que permita oferecer a picape a preços competitivo no mercado brasileiro, o maior da região,  e sobretudo com relação à Fiat Toro, pioneira e líder disparada do segmento, que conta apenas com mais um modelo, a Renault Oroch.

pblo di si

Di Si: inicialmente, picape integravaPic lista de 20 lançamentos até 2020.

A Tarok foi desenvolvida pela operação latino-americana a partir da arquitetura MQB e já participou das edições de 2019 dos salões de Nova York e de Frankfurt. Sempre, porém, como um veículo conceito.

Nem mesmo o local de produção foi confirmado oficialmente pela Volkswagen ainda. A tendência natural seria a unidade argentina de Pacheco, onde é fabricada a Amarok, que passa por modernizações de US$ 850 milhões e que, conforme Di Si, fabricará o SUV Tarek já a partir deste ano.

Uma picape média como a Tarok cobriria enorme lacuna existente na linha  de picapes Volkswagen, que conta apenas com a compacta Saveiro e a grandalhona, e bem mais cara, Amarok. Reforçaria assim o arsenal da marca para entrar definitivamente na briga pela ponta do mercado brasileiro, que liderou por quase quatro décadas.

No ano passado, a diferença para a líder General Motor foi de somente 61 mil automóveis e comerciais leves ou 2,3 pontos porcentuais: 17,9% para a montadora norte-americana contra 15,6% da alemã. Apenas dois anos antes a  vantagem da GM era de 5,6 pontos porcentuais.

A penetração da VW em comerciais leves foi até superior no ano passado — 16,3%, equivalentes a 64,7 mil unidades —, mas muito distante da líder Fiat, que deteve 41,5% do segmento, com 164,7 mil dos 397 mil comerciais leves negociados no mercado interno.

Segundo levantamento da Fenabrave, só da Toro foram licenciadas 65,5 mil unidades, ou seja, mais do que a soma de Saveiro e Amarok. Cairia muito bem para a Volkswagen, portanto, a oferta de um produto como a Tarok, caso, de fato, ela saia do papel.


Foto: Divulgação/VW

 

George Guimarães
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