Em contraste com as previsões iniciais do Sindipeças, o déficit comercial das autopeças recuou 24% no ano passado em relação ao anterior, totalizando US$ 4,3 bilhões, o menor valor desde 2010, quando o saldo negativo foi de US$ 3,9 bilhões.

O resultado é fruto da queda das importações em índice superior ao das exportações. As compras no exterior atingiram US$ 11,3 bilhões em 2019, retração de 16,7% no mesmo comparativo, representando uma contração de US$ 2,3 bilhões. Já no caso das exportações o recuo foi de 11,4%, para US$ 7 bilhões, contração de US$ 900 milhões ante 2018.

O Sindipeças previa, no início do ano passado, alta de 2% no déficit comercial, mas alguns fatores reverteram o esperado quadro: “A frustração com a dinâmica da economia (PIB próximo da metade do que era esperado), o aprofundamento da crise na Argentina, graças às turbulências eleitorais, e as tormentas causadas pela guerra comercial entre Estados Unidos e China contribuíram para que o resultado flutuasse aquém das expectativas originais”, avalia o Sindipeças em seu relatório da balança comercial do setor.

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Com relação às exportações, a entidade informa que os embarques recuaram de forma mais intensa a partir de agosto, devido ao agravamento da situação na Argentina e à maior volatilidade cambial. Em dezembro, as exportações somaram US$ 529 milhões, valor ligeiramente menor do que a média do ano e 15,2% abaixo ao de igual mês do ano anterior.

Ainda segundo o Sindipeças, a Argentina perdeu a liderança para os Estados Unidos como principal mercado de destino das autopeças brasileiras. Foram exportados para o mercado estadunidense US$ 1,5 bilhão em 2019, o que representou participação de 20,9% no total dos negócios das autopeças brasileiras. A Argentina comprou US$ 1,4 bilhão, com fatia de 20,4%.

“Dos 20 principais mercados de destino das exportações de autopeças, note-se que houve crescimento apenas para Holanda, Colômbia e Peru na comparação com o ano anterior”, destaca o Sindipeças. “Claro sinal de enfraquecimento do comércio internacional, essa situação lança novos desafios para 2020”.

Os países que mais venderam peças para o Brasil foram China, Estados Unidos e Alemanha. Em conjunto, representaram cerca de 38% do total das compras realizadas, a despeito da redução dos volumes no confronto com o ano anterior.


Foto: Divulgação/Automec 2017

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