Empresa espera negociar pelo menos 12 mil veículos em 2020
Mantido o quadro econômico de juros baixos, oferta de crédito ampliada e, sobretudo, a cotação do dólar no atual patamar ao longo dos próximos meses, José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil, estima vender pelo menos 12 mil veículos em 2020. Se assim for, a marca, que negociou 9,2 mil unidades em 2019, crescerá suas vendas acima de 30%, muito além do que montadoras e importadores projetam para a média dos negócios.
“E pode ser até mais, se a volatidade do câmbio diminuir. Mas estamos convictos de que voltaremos a crescer”, afirma o executivo, que viu os emplacamentos da marca recuarem perto de 20% no ano passado.
Mas mesmo que ultrapasse até com muita folga a estimativa de Gandini, a Kia, assim como qualquer outra marca sem produção local, estará longe, muito longe, de seus melhores dias no que se refere às vendas no Brasil.
O recorde da coreana foi alcançado em 2011, quando 77,2 mil de seus veículos chegaram às ruas. Um ano antes a empresa cravara o segundo melhor resultado: 54,5 mil unidades.
Não é só a economia e câmbio mais previsíveis que levam Gandini a apostar na recuperação este ano. A Kia está ampliando sua estrutura comercial com a criação de mais 15 pontos de vendas em vários Estados, chegando a 80 casas, e apostará em lançamentos de modelos — o novo Soul é um deles —, além de prometer trazer novos motores e versões híbridas para atuais produtos.
O primeiro lançamento do ano foi oficializado nesta segunda-feira (27). O hatch Rio já está à venda nas versões LX e EX, por, respectivamente, R$ 70 mil e R$ 79 mil. A diferenciá-las o acabamento interno e alguns dispositivos de conforto, como bancos revestidos em couro e ar condicionado digital na opção mais cara, e, externamente, detalhes na grade frontal, faróis e retrovisores.
O Rio é produzido na fábrica de Pesquería, no México, com motor 1.6 flex de 130 cavalos e câmbio automático de seis velocidades. É, na prática, o mesmo conjunto mecânico conhecido do HB20, hatch nacional da Hyundai, dona da Kia.
As duas versões contam com farta lista de recursos que, além de multimidia, inclui câmera de ré, controles eletrônicos de estabilidade e de tração, sistema de controle de frenagem em curvas, monitoramento de pressão dos pneus, assistente de partida em rampa e acendimento automático dos faróis.
Ari Jorge Ribeiro, diretor de vendas da Kia, entende que esses atributos colocam o Rio, que já acumula 6,7 milhões de unidades vendidas em todo o mundo, em condições de brigar pela faixa superior dos hatches compactos.
O segmento inteiro acumulou 738 mil veículos em 2019, 27,8% do mercado interno, mas a grande maioria, 612 mil unidades, de modelos e versões abaixo de R$ 65 mil. Hatches acima desse valor e até o entorno de R$ 80 mil, faixa onde o Rio trafegará, representaram 125 mil unidades.
“Queremos uns 2% disso, umas 2,4 mil unidades este ano”, afirma Ribeiro, que relaciona Volkswagen Polo, Fiat Argo, Toyota Yaris, Chevrolet Onix e Hyundai HB20 entre os principais concorrentes diretos do novo Kia.
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Entretanto, a comparação do cálculo de Ribeiro para o Rio e as projeção de Gandini para o total da marca deixa margem para interpretação de que a Kia espera vendas bem maiores em 2020.
Afinal, somente as 2,4 mil unidades do Rio garantiriam os 30% de crescimento esperados para a marca no ano. Acontece que no último trimestre de 2019 a empresa apresentou também a nova geração do Cerato com expectativa de negociar mais de 4 mil unidades em 2020, evolução acima de 50% sobre os licenciamentos de 2019.
Como se não bastasse, Gandini assegura que o Sportage seguirá como o veículos líder de vendas da Kia aqui. No ano passado, é bom recordar, o SUV atingiu 4,5 licenciamentos, ou seja, quase a metade do total da marca.
Fotos: Divulgação/Kia
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