Sistemista revelou queda de 44% no Ebitda em 2019. Epidemia na China ameaça fornecimento no curto prazo.
ARobert Bosch revelou nesta quarta-feira (29) projeção para o setor automotivo global em 2020. A sistemista alemã acredita que a produção de veículos cairá 2,6% e não deve ultrapassar 89 milhões de veículos este ano.
Seria o terceiro ano consecutivo de declínio nas linhas de montagem. “É muito provável que tenhamos excedido o pico da produção automotiva”, afirmou Volkmar Denner, CEO da Bosch, que lembrou que as vendas mundiais diminuíram 10 milhões de unidades desde 2017 e foi ainda mais longe: estimou que o nível atual de produção não deve ser alterado pelo menos nos próximos cinco anos.
Estabilidade ou desaquecimento de mercados importantes impactaram negativamente o desempenho da cadeira de fornecedores. A Bosch reportou que o Ebtida recuou para € 3 bilhões no ano passado, uma abrupta queda de 44% diante do resultado de 2018, enquanto o faturamento permaneceu estável e fechou em 77,9 bilhões de euros.
A complexidade dos novos veículos ajudou a manter a receita e, de acordo com Denner, a crescente oferta de veículos elétricos representará oportunidades no futuro. Um preço a pagar, porém, é a redução dos empregos no curto prazo, admitiu o executivo.
Estudos indicam que são necessários 10 trabalhadores para fabricar um sistema de injeção de diesel, três para um a gasolina e um para um motor elétrico. Esse cenário, afirma Denner sem revelar prazos ou número de postos, obrigará a cortes na força de trabalho da empresa, adoção de menores jornadas de trabalho e licenças voluntárias. A Bosch encerrou 2019 com com quase 402,8 mil, 6,8 mil a menos do que em 2018.
Perigo no curto prazo – No curtíssimo prazo, porém, uma das grandes preocupações do CEO da Bosh é a epidemia de coronavírus na China. Ele alerta que a cadeia de suprimentos global, fortemente dependente do país asiático, corre sérios riscos de interrupção se o quadro piorar.
A empresa tem duas fábricas em Wuhan, cidade onde a epidemia começou. Nelas, cerca de 800 funcinários produzem sistemas de direção e termotecnologias. Por enquanto, assegurou Denner, não houve problemas de fornecimento ou registros de trabalhadores infectados.
A Bosch escolheu a China como base global de produção de motores elétricos, transmissões e eletrônicos de potência para carros elétricos, além de diversos outros sistemas e componentes. No total, conta com 23 unidades produtivas no maior mercado automotivo do mundo, responsável por quase um terço das vendas de veículos.
Foto: Divulgação/ Bosch
Com 249,4 mil unidades, outubro tem o melhor resultado mensal do ano
Em debate, os benefícios do Mover e a manutenção dos direitos constitucionais da Zona Franca…
AutoIndústria mostra na próxima semana tudo o que vai acontecer na Fenatran
Sedã e hatch ganham mais no conteúdo do que na forma
Lançada em 1998, Strada segue líder em emplacamentos este ano
Modelo E3-10T coloca a marca chinesa na disputa do mercado de entregas urbanas no País