Paulo Rossi, presidente executivo da entidade, fala dos prós e contras do sistema
Comemorando os bons números de 2019, quando o sistema bateu recorde de vendas, o presidente executivo da Abac, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, Paulo Roberto Rossi, analisa nesta entrevista ao AutoIndústria os fatores positivos dessa modalidade de compra, destacando os prós e contras do produto e principalmente a importância do planejamento financeiro na vida das pessoas e das empresas. O executivo faz questão de ressaltar que não gosta de comparar consórcio com outras modalidades de financiamentos, afirmando todas têm suas vantagens e a escolha depende da necessidade de compra do consumidor:
Como foi o comportamento do sistema de consórcio em 2019?
Falando especificamente do segmento de veículos, houve crescimento de 7,6% na venda de novas cotas, com 2,42 milhões de adesões. O volume de créditos comercializados chegou a 84,4 bilhões, alta de 23,6%. Foi um ano recorde. E teve um outro fator positivo. O valor médio das cotas cresceu em todos os segmentos, o que indica que o consumidor sabendo que terá um prazo maior para pagar acaba optando por um tíquete médio maior.
O crescimento do tíquete médio ocorreu em todos os segmentos?
Em todos. No caso dos veículos pesados, passou de R$ 154 mil para R$ 179 mil, um movimento que reflete em parte a necessidade de aquisição de bens que tragam mais produtividade, seja no transporte de carga seja em máquinas agrícolas. No segmento de pesados, o consórcio está muito voltado à renovação ou ampliação de frotas. É o empresário pensando lá na frente, com um planejamento financeiro mais adequado. Estamos muito animados com os resultados do sistema de consórcio. É o setor contribuindo para o crescimento da economia.
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Quando é vantajoso optar pelo consórcio?
Não gostamos de comparar consórcio com outros tipos de financiamento. Cada um tem sua peculiaridade. O consórcio é uma compra programada, que em geral oferece prazos mais longos que o CDC (Crédito Direto ao Consumidor). Varia de 100 a 120 meses no caso dos caminhões e pode ir até 115 meses nos tratores. Mas a opção pelo consórcio envolve a não necessidade de ter o bem de imediato. Como já disse, é uma compra programada.
Mas tem o sorteio e a possibilidade de lance…
Certamente tem. Mas não há garantia de quando o bem poderá ser retirado, pois depende de sorte no sorteio e o lance não necessariamente garante a aquisição. Mas é importante destacar que muitas administradoras trabalham hoje com marcas específicas e o veículo usado pode ser utilizado como um upgrade. Um caminhão novo, por exemplo, representa menos gasto com combustível e também com manutenção.
O fato de os juros do CDC terem baixado não afetou o consórcio?
O balanço de 2019 mostra que não há essa relação. Cada modalidade tem suas características e o importante é o consumidor analisar as suas necessidades. Sempre digo: Quer aderir ao consórcio? Conheça o produto. No nosso caso não tem juros, mas tem taxa de administração. Esse é um fator que pesa na hora da decisão do consumidor e é importante ele pesquisar bem antes de qualquer decisão.
Como é a relação das administradoras com os consorciados?
Nosso trabalho é para que fique tudo muito claro para o consumidor interessado na adesão. Tem administradora que reajusta mensalidade de acordo com a tabela de preço do veículo, outras que usam um índice de aumento de custo de vida ou algo similar. O importante é preservar o valor de compra do consorciado.
A flexibilidade seria um dos diferenciais do consórcio?
Sem dúvida é um dos mais importantes. Quando o consorciado é contemplado, ele pode tirar o que quiser e quando quiser. Com a liberação do crédito, ele pode optar pela marca que quiser, por um veículo novo ou usado, em tirar na hora ou depois. No caso dos caminhões, por exemplo, o perfil do transportador pode ter mudado ao longo do tempo em que está pagando o consórcio e é possível, por exemplo, optar por adquirir dois veículos urbanos ao invés de um pesado. O segmento de automóveis mostra bem a nossa flexibilidade. Atualmente, 75% das aquisições são de veículos seminovos. O consumidor prefere um carro mais completo ao um 0 Km com menos recursos.
O senhor diria que o consumidor brasileiro está mais consciente quanto à importância da educação financeira?
A Abac tem investido fortemente nesta questão da cidadania financeira. Lançamos uma cartilha – a Consórcio de A a Z – e também temos forte atuação no nosso próprio site e nas mídias sociais. É fundamental disseminar os conceitos de educação financeira para que as pessoas planejem melhor suas compras, seus gastos. E o consumidor tem de ter consciência do que está comprando, pesquisar muito antes de fazer qualquer opção. Não pode acreditar, por exemplo, em empresas que garantem a contemplação do bem. Isso não existe.
Quantas administradoras há hoje no País?
São 146 autorizadas pelo Banco Central. Da nossa parte, fazemos um serviço de certificação, o PCA 10, que visa qualificar os profissionais que trabalham no setor. Ela existe desde outubro de 2018 e o BC está dando o maior apoio a essa iniciativa. A gente oferece o curso e a certificação, que tem validade de três anos. É a garantia de um atendimento cada vez mais profissional ao consorciado.
Foto: Divulgação/Abac
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