Menos de um ano depois de sinalizar que a Classe X “subira no telhado” ao anunciar que não a produziria na Argentina, como planejado, a Mercedes-Benz decreta agora agora a morte mundial de sua picape.
A montadora revelou que encerrará a produção a partir do final de maio na fábrica de Barcelona, Espanha. A decisão, apenas três anos depois da estreia mundial do modelo, coloca a inédita picape média na lista de grosseiros erros da marca.
A exemplo do Classe A no Brasil, na década de 90, a X era produto para mercados errados — como o europeu, onde esse tipo de veículo destina-se realamente ao transporte de carga e acostumado e dominado por modelos menores — ou sem fôlego de consumo, pelo perfil econômico, de absorver volumes que justificassem o investimento, como os sul-americanos.
No Europa, seu preço inicial estava acima dos 37 mil euros, algo próximo de R$ 175 mil. Esse valor ou pouca mais é cobrado no Brasil, maior mercado da América do Sul, pelas concorrentes diretas, como Nissan Frontier, Volkswagen Amarok, Ford Ranger ou Toyota Hilux.
A conta ainda não é oficial, mas algo como 32 mil unidades foram vendidas em todo o mundo somente: perto de 17 mil unidades em 2018, primeiro ano cheio, e 15,3 mil no ano passado. Sem especificar números, a montadora afirmou que os maiores mercados de 2019 foram a Alemanha, Grã-Bretanha, Austrália e África do Sul.
A Classe X trata-se, na verdade, de picape desenvolvida em conjunto com Nissan e Renault. Com diferenças especialmente estéticas e de conteúdo, as duas marcas vendem o comercial com os nomes Frontier e Alaskan. No Brasil, só a primeira é ofertada e a segunda, que deveria estar circulando aqui desde o ano passado, segue como incógnita.
O cronograma mundial indicava que a picape da Mercedes-Benz estaria nas concessionárias braileiras n otranscorrer de 2019, vinda da fábrica argentina de Córdoba, de onde sai a Frontier e, o que ainda não ocorreu, também a Alaskan.
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Em vez do produto, no começo do ano passado chegou à operação sul-americana da montadora a informação de que a produção na região estava cancelada e que a empresa analisaria se a importaria da Europa para os mercados da locais, assim como já fazia para o Chile.
Agora, ao assumir que não produzirá mais a Classe X, a Mercedes-Benz volta a depender quase que integralmente dos utilitários Sprinter no segmento de distribuição de carga urbana. Sorte que eles têm correspondido às expectativas em vários mercados.
Só no Brasil, foram negociadas 11,4 mil unidades das várias versões do Sprinter em 2019, recorde histórico e não muito menos do que a Classe X registrou em todo o mundo no mesmo período.
Foto: Divulgação/Mercedes-Benz
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