Nos pratos da balança que pesam oportunidades e desafios em 2020, a Volvo trabalha com expectativa de crescimento de 15% no mercado de caminhões acima de 16 toneladas. O recorte reúne as categorias de semipesados e pesados, faixas nas quais a companhia atua no País. Se consolidada a projeção, as vendas alcançarão volume em torno de 86 mil unidades ante 74,9 mil anotadas em 2019.

Para Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina, as previsões positivas do campo e os indicadores macroeconômicos, como inflação e Selic em baixas, proporcionam um ambiente favorável para a continuidade de crescimento das vendas de caminhões. “São pontos importantes que sinalizam um cenário positivo, além da tendência de retomada da construção e da indústria.”

É justamente nos canteiros e no chão de fábrica que o representante da Volvo enxerga mais oportunidades para impulsionar com mais vigor o desempenho de semipesados em 2020. “Com a recuperação gradativa da economia, cresce também o aumento de consumo e a geração de empregos, ambos muito conectados com as vendas de caminhões semipesados.”

Demanda por pesados mais equilibrada

O executivo avalia que depois de o mercado de pesados anotar fortes crescimentos nos últimos anos, o subsegmento chega em 2020 mais equilibrado, com menos necessidade de renovação de frota. “O semipesado tem mais espaço crescer. O indicativo que trazemos de clientes da Fenatran também é de novos empreendimentos na construção civil em virtude da redução do estoque de unidades habitacionais.”

No ano passado, as vendas de semipesados evoluíram 30% com 23,2 mil unidades entregues, volume que representou 23% do total de emplacamentos, de 101,3 mil caminhões. Já os licenciamentos de pesados cresceram 48,7%, para 51,7 mil unidades, uma participação de 51% do mercado.

Outro ponto que aparece no horizonte do Lirmann é a retomada de obras de infraestrutura, setor que absorve muito semipesado. “Nova rodada de concessões está por vir. Pode não ser na velocidade que esperamos, mas está na agenda, o que estabelece uma direção e melhora a expectativa.”

O dirigente da Volvo, no entanto, elenca preocupações no radar que de alguma impactam de maneira negativa o negócio de caminhões. “O déficit fiscal ainda é elevado, a lenta recuperação de emprego – a parte mais dramática da crise – e as incertezas vindas do cenário externos, especialmente de parceiros do Brasil, como Argentina e China, merecem atenção e acompanhamento de perto”, resume.

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Foto: Volvo/Divulgação

Décio Costa
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