Saíram das linhas de montagem 191,4 mil unidades. Número reflete queda do mercado interno e das exportações.
Os principais indicadores de desempenho da indústria automobilística brasileira ficaram no vermelho em janeiro. Produção, vendas internas e exportações recuaram diante dos números alcançados no mesmo mês do ano passado.
O pior resultado foi nas exportações. O setor enviou para outros países somente 20 mil unidades, 20% abaixo do que exportara há um ano.
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, reafirmou nesta quinta-feira (6) a projeção de que ao longo de 2020 algo como 380 mil veículos sejam embarcados, queda da ordem de 11% sobre as 428 mil unidades registradas no ano passado, que já representara o pior resultado nos últimos quatro anos.
A continuidade da crise econômica na Argentina, maior mercado no exterior dos carros brasileiros, queda do mercado mexicano e turbulência político-social no Chile são apontados pelo presidente da entidade como determinantes desses números. “Não vemos alterações importantes na Argentina no próximos meses”, afirmou o executivo.
Com os licenciamentos afetados pela paralisação de alguns dias dos Detrans para mudança do padrão das placas para o modelo Mercosul, foram licenciados em janeiro 193,5 mil veículos no mercado interno, 3,2% a menos do que em igual período de 2019.
A somatória de consumo interno e externo em baixa impactou na produção. As montadoras, algumas ainda em período de férias coletivas, naturalmente não aceleraram as linhas de montagem e produziram 191,4 mil veículos, 3,9% abaixo do volume de janeiro de 2018.
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A nova queda na taxa básica de juros esta semana, para 4,25%, é apontada por Moraes como sinal importante de que 2020 tende a ter mercado superior ao de 2019, especialmente se refletida nas taxas praticadas nos financiamentos nos próximos meses.
Os números negativos do primeiro mês de 2020, assim, não motivaram a entidade a mudar qualquer das projeções para o ano. Há um mês, a Anfavea estimara crescimento das vendas internas em 9,4%, batendo em 3,05 milhão de veículos, volume muito próximo do esperado para a produção, que deve crescer 7,3% e encostar em 3,16 milhões de unidades.
Foto: Divulgação/Volkswagen
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