Empresas parceiras da fabricante começam a criar demanda; início de entregas regulares a partir de março.
Decidida a ser a pioneira no País em oferecer ao transportador caminhões movidos a gás, a Scania aumentou sua rede de empresas parceiras rumo ao desenvolvimento de um novo mercado. Embarcadores de carga como Unilever, Citrosuco, Pepsico, Cocal, São Martinho, Solar Coca-Cola, Bravo Logística e Ambev embarcaram com a fabricante rumo a uma nova aposta para o transporte.
“Estamos nos primeiros passos da criação de um mercado”, observa Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil. “Vai acontecer com certeza, há muitas iniciativas para dispor de infraestrutura de abastecimento, inclusive na forma liquefeita. O gás natural também é abundante no pré-sal e o País precisa arrumar consumo para ele.”
A opção de ter na prateleira a solução a gás ocorreu simultaneamente ao lançamento oficial da nova geração de caminhões da marca, no fim de 2018. A decisão reformulou completamente a fábrica de São Bernardo do Campo (SP) para que poder produzir na mesma linha tanto os produtos a diesel quanto a gás. Uma adequação que aportou R$ 30 milhões na unidade.
Produção em série
De acordo com Munhoz, a partir de março começam as primeiras entregas e, com elas, a produção regular de caminhões a gás e, no segundo semestre, também a de chassi para ônibus. O executivo prefere não revelar quantas unidades somente as parcerias poderão demandar da fábrica, mas estima que apenas nesse ano a Scania deverá entregar entre 200 e 300 unidades.
O início da produção nacional de caminhões a gás da Scania coincide com a notícia vinda de Brasília (DF) da intenção do governo de isentar o imposto de importação para caminhões a gás. Munhoz adianta que a empresa, por meio da Anfavea, já havia estabelecido diálogo com o governo com o objetivo de criar estímulos para financiamento do produto, afinal, traz tecnologia mais limpa, com menos impacto ao meio ambiente.
“Acredito em equidade de condições. Se há isenção para o produto pronto, também deverá ser para componentes. Mas há de se ressaltar que a produção local gera emprego aqui”, avalia.
Projeções positivas
Para o diretor comercial da Scania, diante do cenário econômico que se avizinha, o mercado de caminhões acima de 16 toneladas, no qual a empresa participa deverá crescer até 15%, para volume em torno de 86 mil unidades.
“Temos pela frente a expectativa de mais safra recorde e reforço na retomada no consumo, a mola propulsora para o transporte de todo tipo de produto. Há segmentos ainda com potencial de renovação, caso de semipesados, em função de frota antiga e, portanto, mais custo.”
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