Grupo negociou 3,8 milhões de veículos em 2019 e registrou seu primeiro prejuízo em uma década
O Brasil segue em alto conceito dentro do Grupo Renault. Depois de estabelecer em 2019 sua maior participação ao longo de três décadas aqui, a montadora destaca em seu balanço mundial, divulgado nesta sexta-feira ( 14), o país como um dos mercados que crescerão novamente em 2020.
Em 2019, a empresa vendeu 239,2 mil automóveis e comerciais leves no mercado interno, 6,3% dos cerca de 3,8 milhões de unidades negociadas em todo o mundo, que representaram queda de 3,4% sobre o volume consolidado um ano antes.
O país manteve-se como o quarto maior mercado global da marca, mas por pouco menos de 8 mil unidades não roubou a terceira posição da Alemanha. Respondeu por 57% de todos os veículos negociadas pelo grupo nas três Américas.
Segundo a Renault, as vendas totais brasileiras de veículos aumentarão em torno de 5% em 2020, enquanto a expectativa para o mercado europeu é de recuo de pelo menos 3%.
Diante desse cenário, a montadora espera repetir a receita de € 55,5 bilhões alcançada em 2019 – 3,3% a menos do que no ano anterior — e atingir margem operacional entre 3% e 4%, contra os 4,8% registrados no ano passado, que equivaleram a € 2,6 bilhões.
Mas, destaca a Renault, esses números e índices não levam em consideração, ainda, os possíveis impactos relacionados à crise do coronavírus. Na China, a montadora produz automóveis com a Dongfeng em Wuhan, epicentro do surto do virus, e comerciais leves com a Brilliance.
País | Unidades | |
---|---|---|
França | 698.700 | |
Rússia | 508.600 | |
Alemanha | 247.100 | |
Brasil | 239.200 | |
Itália | 220.400 | |
Espanha | 183.200 | |
China | 179.500 | |
Reino Unido | 109.900 | |
Bélgica | 90.900 | |
Índia | 88.900 |
PREJUÍZO GLOBAL e CORTES
O Grupo Renault relatou perdas de € 141 milhões no ano passado, seu primeiro prejuízo líquido em uma década — em 2018 lucrara € 3,3 bilhões. O lucro operacional caiu 30%, para € 2,1 bilhões.
“Foi um ano difícil para o Grupo Renault e a Aliança”, reforçou Clotilde Delbos, CEO interina da montadora, que entregará o cargo para o recém-contratado Luca De Meo em meados deste ano.
“A visibilidade para 2020 permanece limitada devido à volatilidade esperada da demanda, principalmente na Europa, devido ao regulamento do CAFE, e aos possíveis impactos do corona virus”, acrescentou Lebos, referindo-se à legislação que determina limites de emissões mais rígidos para os veículos no continente europeu.
Por conta desse ambiente global menos favorável, revelou a CEO, a montadora trabalhará para reduzir custos estruturais em € 2 bilhões de euros nos próximos três anos e não excluiu a possibilidade de cortes de empregos em suas fábricas.
Foto: Divulgação/Renault
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