A indústria brasileira de motocicletas superou a marca de 30 milhões de unidades produzidas em dezembro, segundo indicam números registrados pela Abraciclo, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, a partir de 1975. A marca histórtica passou despercebida pelo próprio setor, que encaminha gradual recuperação desde 2016.
Se a indústria não tratou de fazer as contas, a Honda fez a dela e na quinta-feira (12) comemorou a produção da moto número 25 milhões no complexo industrial que constituiu no PIM, Polo industrial de Manaus, em 1976.
A empresa escolheu uma modelo CG 160 Titan S para representar oficialmente esse número redondo. Não por mero acaso: a CG foi a primeira moto a sair da fábrica manauara e segue como a motocicleta mais vendida no Brasil desde então.
Issao Mizoguchi, presidente da Honda South América, comandou as comemorações na própria planta, evento que teve um forte caráter político. Dentre os convidados, além de Noriaki Abe, executivo responsável pelas operações mundiais de motocicletas da Honda, vários políticos do Estado do Amazonas e até o presidente do Senado, David Alcolumbre, também senador pelo Amapá.
A importância econômica justifica as atenções e prestígio que a empresa recebe de políticos e poderes públicos da região. A indústria e o mercado brasileiro de motocicletas, na verdade, estão próximos de ser um latifúndio da Honda.
A empresa produz, vende e exporta perto de 80% das motocicletas que saem do Polo industrial de Manaus, onde estão concentradas as operações industriais dos maiores fabricantes e é grande centro gerador de empregos e de impostos no Amazonas.
Dados de 2018 apurados pelo Centro das Indústria do Estado do Amazonas mostram que a chamada indústria das Duas Rodas representou 14% dos mais de R$ 92 bilhões faturados por todos os setores instalados no PIM, a terceira maior partipação por segmento, atrás somente de produtos eletrônicos e de informática.
Só no ano passado, a Honda respondeu por 909 mil das 1,1 milhão motocicletas fabricadas no Brasil. A diferença para a segunda colocada dá bem a noção do poderio da marca. Com uma operação tão longeva quanto a própria Honda, a Yamaha fabricou 153 mil motos em 2019 e vendeu 150 mil no mercado interno.
Mas o predomínio da Honda e a dependência que o setor tem dela é ainda mais relevante quando se sabe que a fábrica de Manaus é a mais verticalizada da empresa. Ou seja: a montadora depende bem menos de fornecedores do que os demais fabricantes. Produz internamente vários ferramentais e itens como chassi, rodas, banco e motor.
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Em 2008, ano do recorde da fabricação de motos no Brasil, com 2,1 milhões de unidades, mais de 1,6 milhão tinham o logotipo da marca. Atualmente, saem da linha de montagem amazonense mais de duas dezenas de motocicletas e também quadriciclos e motores estacionários.
E a depender da recente disposição mostrada em investimentos para modernização da planta, esse confortável cenário tão cedo não recuará, ao contrário. Entre 2019 e 2021 estão sendo alocados perto de R$ 500 milhões para tornar a quarentona unidade competitiva até mesmo internacionalmente, asseguram os executivos.
Parte dessa verba resultou em novas áreas para fundição e usinagem de motores. O cronograma das obras estabelece que uma nova linha de montagem entrará em operação ainda este ano na mesma estrutura e que as áreas de solda, pintura e de montagem de motocicletas serão artualizadas no transcorrer do ano que vem.
Foto: Divulgação
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