Foram dispensados 59 dos 540 trabalhadores da fábrica paulista. Empresa deixa de montar motores.
A Caoa Chery demitiu 59 funcionários e encerrou a montagem de motores na fábrica de Jacareí (SP). As demissões representam 11% do atual quadro de 540 trabalhadores. Foram desligados empregados da linha de produção e administrativos.
Inaugurada em 2014, a unidade produz o SUV Tiggo, o sedã Arrizo 5 e iniciará em breve a fabricação do Arrizo 6, sedã maior para disputar clientes de modelos como o Toyota corolla ou Honda Civic. A capacidade produtiva instalada é da ordem de 100 mil veículos anuais e, com algumas poucas modificações, afirmam seus dirigentes, poderá acrescentar mais 50 mil veículos nessa conta.
No fim do ano passado, Márcio Alfonso, CEO da montadora, afirmou que a expectativa é que as vendas da marca novamente registrem crescimento de três dígitos em 2020 e lacancem 50 mil veículos em 2020.
Em 2019, a empresa, que também produz utilitários esportivos em Anápolis (GO), vendeu 20,2 mil veículos, 133% a mais do que no ano anterior e seu recorde no País. Com o resultado, a marca dobrou a participação de mercado, para 0,76%.
No primeiro bimestre de 2020, foram negociados 3,6 mil carros da marca, número equivalente a 1% do mercado intern e 56% maior do que o consolidado nos dois primeiros meses do ano passado, enquanto o mercado de automóveis e comerciais leves recuou perto de 1%.
“Apesar de ser uma das montadoras que mais crescem no Brasil, a Chery argumenta que os cortes são resultado da perspectiva de queda na produção”, afirmou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região por meio de nota oficial.
“As demissões cortes colocam os trabalhadores numa grave situação de desemprego justamente no momento em que mais precisam de estabilidade, salário e plano de saúde, com a proliferação do coronavírus no País. Nem a Caoa Chery nem qualquer outra empresa pode fazer demissões neste momento. As empresas têm de assumir suas responsabilidades diante dessa crise”, afirmou Guirá Guimarães, diretor da entidade.”
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O sindicato já enviara carta para várias empresas do Vale do Paraíba, dentre elas a Caoa Chery, pedindo licença remunerada para os trabalhadores, como forma prevenção ao coronavírus. Uma reunião com a montadora para discutir o tema estava prevista para ocorrer ainda esta semana, afirmam os representantes dos trabalhadores.
Jacareí montava cerca de 60 kits importados de motores diariamente, segundo o sindicato. Com a desativação da área, a empresa trará os motores prontos diretamente da China.
Procurada por AutoIndústria, a Caoa Chery não se manifestou até o momento.
Foto: Divulgação/Caoa Chery
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