Os funcionários da fábrica da Caoa Chery de Jacareí (SP) cruzaram os braços nesta quinta-feira (19). Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, estão em greve em protesto contra as 59 demissões efetivadas na quarta-feira. A parlaisação é total, afirma a entidade.
A planta de Jacareí contava com 540 empregados. As demissões, assim, representaram 11% do quadro total de funcionários. Foram dispensados trabalhadores da produção e administativos e encerrada a linha de montagem de motores, que agora passarão a ser importados já prontos da China.
Os trabalhadores reivindicam a reintegração dos demitidos, estabilidade no emprego, manutenção dos direitos e licença remunerada para todos. Ainda nesta quinta-feira, afirma o sindicato, a direção da montadora deve receber representantes dos funcionários para discussão da pauta de reivindicações. O resultado será apresentado em assembleia na sexta-feira (20).
Em nota, a empresa diz que decidiu pelas dispensas em função da “situação econômica do Brasil neste início de ano, agravada pela recente disparada do dólar”, que “gerou uma grande e inesperada queda nas vendas do setor”.
“Esta medida tem por objetivo reequilibrar a operação da empresa no País e resistir ao cenário econômico atual e previsto para os próximos meses. Além de permitir a manutenção dos demais empregos na região, que serão fundamentais para o lançamento de um novo produto previsto para o primeiro semestre deste ano”, prosseguiu o texto.
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A argumentação de que as vendas recuaram chama a atenção. A empresa vem colhendo seguidos recordes nos últimos dois anos. No primeiro bimestre de 2020, foram negociados 3,6 mil carros da marca, número 56% maior do que o consolidado nos dois primeiros meses do ano passado, enquanto o mercado de automóveis e comerciais leves recuou perto de 1%.
Em 2019, a empresa, que também produz utilitários esportivos em Anápolis (GO), vendeu 20,2 mil veículos, 133% a mais do que no ano anterior e seu recorde no País.
Foto: Divulgação/Caoa Chery