Pesquisa conjuntural do Sindipeças indica queda de 8,2% no primeiro bimestre
OSindipeças liberou em seu site nesta terça-feira, 7, a pesquisa conjuntural do setor com dados relativos ao faturamento por segmento, nível de emprego e capacidade ociosa. Relativo ao primeiro bimestre, o balanço indica que as autopeças brasileiras iniciaram o ano com negócios em queda, mesmo antes de sentirem os efeitos das medidas de combate ao Covid-19 no País.
No comparativo com idêntico período de 2019, a receita da indústria brasileira de autopeças recuou 8,2% nos dois primeiros meses do ano. Em seu relatório, o Sindipeças destaca que os números de janeiro e fevereiro confirmam as dificuldades enfrentadas pelo setor automotivo antes mesmo do advento do novo coronavírus.
“Precedentes de queda de faturamento nos dois primeiros meses do ano foram notados apenas durante a grande recessão de 2015/2016, de acordo com a série histórica recente”, informa a entidade.
O setor chegou a apresentar desempenho positivo em janeiro com relação a dezembro, em razão das oscilações sazonais de final de ano, e até registrou crescimento de 1,4% em fevereiro com relação ao mês anterior. Mas no comparativo de fevereiro deste ano com o mesmo mês de 2019, sofreu recuo de 9,7%.
“Mesmo que se atribua ao feriado de carnaval a queda de faturamento no comparativo interanual do bimestre (em 2019 o carnaval caiu em março), nossas estimativas indicam que os valores dessazonalizados seguiriam com variação negativa para o bimestre, ainda que em intensidade menor”, revela o Sindipeças.
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No acumulado do primeiro bimestre ano, os números são negativos tanto nos negócios OEM como nas exportações. A venda para as montadoras recuou 10,4% em relação ao mesmo período de 2019 e as vendas externas caíram tanto é dólares (-22,0%) como em reais (-11,3%). Exceções são encontradas em reposição, que teve acréscimo de 2,9%, e vendas intrassetoriais, com pequena elevação de 0,5%.
COMPARATIVO MENSAL
No confronto de fevereiro com janeiro, os resultados do segundo mês do ano, por canal de distribuição, foram positivos apenas para montadoras, com alta de 3%, e das exportações mensuradas em reais, nesse caso em função da desvalorização mais intensa do real. A entidade lembra que moeda brasileira sofreu depreciação, em média, de 4,6%, confrontada com janeiro deste ano e de 16,7% no comparativo com fevereiro de 2019.
As vendas para o mercado de reposição recuaram com força em fevereiro, registrando variação negativa de 9,3% em relação ao primeiro mês do ano. O Sindipeças avalia ser provável que o menor número de dias úteis e o maior receio dos consumidores face aos sinais da grave evolução da pandemia na Europa e EUA em fevereiro tenham sido responsáveis pela retração de quase 10% nesse canal de venda. No comparativo com fevereiro do ano passado, todos os segmentos registram queda de receita.
Ainda de acordo com a entidade, a ociosidade na indústria de autopeças se manteve em 31% em fevereiro, mesmo patamar de janeiro, e houve leve geração de empregos – crescimento de 0,35% – no comparativo mensal. Se considerado, no entanto, o comparativo de quadro de mão de obra do primeiro bimestre deste ano com o mesmo período de 2019, verifica-se declínio de 6,13%.
Foto: Divulgação/Meritor
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