Pesquisa da CNT, Confederação Nacional dos Transportes, realizada de 1 a 3 abril com 776 empresas de cargas e de passageiros, mostra que o setor de transporte está pessimista com os impactos da pandemia da Covid-19 sobre os negócios.

Mais de 70% das transportadoras ouvidas disseram que já têm problemas de caixa e “severo comprometimento da capacidade para realizar os pagamentos correntes, como a folha de pagamentos e os fornecedores”. Quase 54% afirmaram ter recursos para, no máximo, um mês de operação e 28,2% asseguraram que não suportam 30 dias sem apoio financeiro adicional.

Dos empresários consultados, 69% entendem que os efeitos da crise serão percebidos por mais de quatro meses. O faturamento deverá cair nos próximos 30 dias na opinião de 84% e 46,4%  já identificaram dificuldades na obtenção de insumos do transporte.

A CNT, contudo, afirma que o setor tem buscado mecanismos para  manter o atual quadro de funcionários. Segundo a pesquisa, 34,1% das empresas alternaram os funcionários em turnos de trabalho, 32,1% concederam férias coletivas e 29,5% têm utilizado banco de horas. Diante das dificuldades,  porém, 22,2% já realizaram demissões em março de 2020.

“É inegável que a crise do Covid-19 deixa os transportadores em situação de extrema dificuldade. Por isso, é urgente que o governo apresente planos de retomada gradual da economia, sempre conciliando a preservação da vida dos brasileiros com a sobrevivência das empresas”, afirma Vander Costa, presidente da entidade.

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A medida mais importante para aliviar o problema de fluxo de caixa durante a crise, afirmaram 51,9% dos transportadores, é a oferta de linhas de crédito com carência estendida e taxas de juros reduzidas, incluindo capital de giro, independente do porte da empresa. A suspensão da cobrança do PIS e da Cofins foi indicada por 43,3%.

O presidente da CNT defende que que os governos precisam ter especial atenção com os transportadores. “Linhas de crédito e flexibilização na cobrança de impostos são imprescindíveis para que não haja interrupções na prestação dos serviços. ”


Foto: Pixabay

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