Os funcionários do setor administrativo da Caoa Chery decidem se aprovam ou não proposta de redução de jornada e de salário apresentada pela montadora em votação via assembleia virtual que começa nesta quinta-feira, 16, às 16h, e termina na sexta, 17, no mesmo horário. Os metalúrgicos ligados à produção já estão em regime de lay-off desde 1º de abril, mas nesse caso os salários não sofreram alteração.
Segundo a Caoa Chery, a proposta para os colaboradores da área administrativa prevê redução de 25% dos salários até R$ 4.000 e de 27% para os acima desse valor. A primeira faixa contará com complemento entre a diferença do salário líquido (deduzido os descontos legais) e o pagamento do seguro desemprego, que será subsidiado pelo Governo Federal.
A proposta, que tem como base a medida provisória 936, tem duração de 90 dias, a partir de abril. Além disso, a empresa oferece estabilidade para todos os envolvidos na negociação até 30 de agosto de 2020. Em nota, a Caoa Chery reforça que é sensível à situação dos seus colaboradores neste momento de crise sem precedentes, destacando contar com o apoio e a colaboração de todos para reequilibrar suas operações e resistir ao cenário econômico atual e previsto para os próximos meses.
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A Chery, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, possui cerca de 340 funcionários na produção e 200 no administrativo, que estão em regime de home office. A entidade garante a lisura da assembleia on line, adotada este ano em função do isolamento social decorrente da pandemia do Covid-19, lembando que essa modalidade de votação já foi adotada em outros casos, dentre os quais o da fábrica da General Motors no município.
GM de São José dos Campos
Segundo o sindicato, os trabalhadores da GM aprovaram proposta de lay-off com redução de salários apresentada pela montadora na semana passada, nos dias 8 e 9. Na assembleia, 2.496 trabalhadores votaram a favor da proposta, 630 votaram contra e 63 se abstiveram. A fábrica possui 3.550 funcionários.
O acordo entrou em vigor na segunda-feira, 13, com duração de dois meses e afetará 90% dos trabalhadores do complexo industrial de São José dos Campos. Os metalúrgicos das demais fábricas da GM no País já tinham aprovado o acordo, que prevê pagamento de 95% do salário para quem ganha até R$ 2.090,00 e índice decrescente para as demais faixas até chegar a 75% nos salários acima de R$ 20.000.
Foto: Divullgação/Caoa Chery