A Mercedes-Benz tem planos retomar a produção de veículos no País a partir de 11 de maio, conforme revelou o presidente da montadora Philipp Schiemer em entrevista ao vivo para a agência Automotive Business. Antes, porém, as atividades começam no dia 4 para garantir um ambiente seguro aos trabalhadores. “Ainda é tudo muito volátil para confirmar. As discussões são diárias e o planejamento pode ser alterado.”
Ao mesmo tempo, a fabricante negocia com os sindicatos soluções para enfrentar a abrupta queda na receita provocada pela pandemia do novo coronavírus, com fechamento das fábricas da marca desde o dia 23 de março. “Neste momento ninguém está pensando em demissão, mas com a volta provável que muita gente fique em layoff e os administrativos com redução de jornada”, avaliou. “Ainda estamos atrás da melhor solução.”
Para Schiemer, o enfretamento da crise se sustenta em três etapas. A primeira é cuidar da população e para evitar colapso no sistema de saúde. Depois, os governos devem encontrar maneiras de ajudar pessoas e empresas do ponto de vista financeiro. Por fim, ações que promovam estímulos para o reaquecimento econômico ao fim da crise. “Não existe um único remédio, mas solução será por meio da saúde. Testes em massa, por exemplo, permite maior controle para poder reabrir a economia.”
Capital de giro
Uma das preocupações do dirigente é com fluxo de caixa. Por meio da Anfavea, discussões com o governo e instituições financeiras, o inclui o BNDES, se encontram em andamento. “Precisamos agora é de capital de giro para termos fôlego até o fim da crise. Sem uma solução a respeito muitas empresas em pouco tempo deixarão de existir.”
Com a pandemia, Schiemer também já enxerga que investimentos serão postergados. Atualmente, a empresa finaliza programa de R$ 2,4 bilhões de 2018 a 2020, utilizados na modernização de fábricas e lançamento de produtos. “A prioridade agora são as condições de fluxo de caixa, o que significará adiamento de projetos. Mas também vai depender do tempo de recuperação. Se for muito devagar, ficará difícil colocar projetos adiante.”
Com relação ao mercado, o presidente da Mercedes-Benz acredita que num primeiro momento surgirá incertezas, com cancelamentos de compras como já ocorreram em março. “Neste momento é impossível fazer uma projeção. Se o governo criar estímulos, investimento em infraestrutura, por exemplo, ajudará muito para sairmos da crise mais fortes.”
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