Os interessados em comprar a Nova Strada terão que ter um pouco mais de paciência e esperar pelo menos mais três meses para poder efetivar o negócio e rodar com uma. Herlander Zola, diretor da marca Fiat e Operações Comerciais Brasil, descartou qualquer possibilidade de ter a picape nas concessionárias antes de julho.
Com a fábrica de Betim, MG, paralisada desde março por conta da pandemia da Covid-19, a FCA não acumulou unidades suficientes para abastecer suas revendas com o novo modelo. “Não temos o produto nem nas revendas nem na fábrica. A interrupção aconteceu ainda no início da produção”, justificou Zola.
E o executivo enfatiza que o novo prazo para o começo das vendas — a Nova Strada seria lançada na primeira quinzena de abril — ainda assim depende da confirmação de quando as atividades serão, de fato, reiniciadas na fábrica e de qual ritmo será adotado na linha de montagem.
A FCA concedeu férias coletivas de 30 de março até 21 de abril. Mas dificilmente a produção será retomada no dia 22. Algumas montadoras já estenderam a paralisação para o início de maio e a Toyota, até meados de junho.
Certo mesmo é que a Fiat abrirá programa de pré-venda de 20 a 30 dias antes da chegada da Nova Strada nas lojas. Segundo Zola, a procura pela nova geração já resultou em mais de 100 mil acessos e cerca de 3 mil cadastros no site exclusivo da picape criado há pouco mais de um semana.
A Nova Strada será oferecida nas versões Endurance, de entrada, Freedom e Volcano. A Fiat quer que nessa nova geração as duas últimas, mais caras, respondam por até 20% das vendas, contra a participação média de 7% das versões superiores na picape atual.
Um bom empurrão nesse sentido de vir, porém, apenas em um segundo momento do comercial leve no mercado. “Certamente vamos oferecer transmissão automática para as versões de cima”, confirmou o diretor da marca.
Mas a linha 2021 já tem incialmente avanços importantes sobre a família atual, a começar pela opção da carroceria de quatro portas e assentos para ocupantes. Todas as versões contam com controle de tração, controle de estabilidadede estabilidade e assistente de partida em rampa. A direção é elétrica e a nova central multimídia permite espelhamento do celular sem cabo.
Na parte de baixo, a Endurance terá o papel de veículo de trabalho compartilhado com a Hard Working, versão da atual geração que seguirá em produção. Até quando Betim persistirá com o antigo modelo na linha de montagem? No mínimo por dois anos, afirma Zola. “Quem vai dizer se continuará por mais tempo será o mercado.”
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Líde absoluta e com participação de 58% no segmento em 2019, a maior desde seu lançamento há 22 anos, a Strada tem forte dependência das vendas diretas. Das 76,2 mil unidades licenciadas no ano passado, 72,6 mil, perto de 95%, foram negociadas nessa modalidade.
O diretor da Fiat tem a expectativa de que a nova geração deve alterar um pouco essa proporção ao acelerar as vendas da picape no varejo.
Mas o volume das negociações diretas não vai cair, aposta Zola. “A Nova Strada seguirá oferecendo as características importantes para o trabalho”, ponderou o executivo, que confirmou a exportação da picape para a América Latina — com a marca RAM para alguns países — e deixou aberta a possibilidade para outros mercados fora do continente.
Foto: Reprodução
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