A pandemia do Covid-19 afetou parcialmente os negócios externos da indústria de autopeças em março e contribui para o resultado negativo do primeiro trimestre do ano. O Sindipeças informa que até meados do mês passado a situação vinha transcorrendo dentro da normalidade, mas as paralisações na área produtiva que vieram na sequência desaceleraram as exportações.
“A intensidade da crise será notada em abril, quando a cadeia automotiva se manteve isolada, com poucas empresas operando em cerca de 20% a 30% da sua plena capacidade”, prevê a entidade em seu relatório da balança comercial do setor publicado no site do Sindipeças.
Em relação a fevereiro, as exportações recuaram 20,3%, totalizando US$ 528 milhões em março, o que vai na contramão da série histórica da indústria brasileira de autopeças. “Em 2019, por exemplo, as exportações cresceram 11,3% nesse comparativo. Logo, a queda observada parece sinalizar a influência da Covid-19 no fechamento de certos mercados e nas dificuldades impostas às operações logísticas”, destaca a entidade.
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No que diz respeito às importações, houve crescimento de 11% em março com relação a fevereiro, mas queda de 18,9% frente ao mesmo mês de 2019. De acordo com o Sindipeças, o aumento mensal indicaria movimento favorável da produção industrial (confirmado pelo IBGE), que será revertido em abril pelas razões apontadas anteriormente.
Balanço do primeiro trimestre indica exportações totais de US$ 1,6 bilhão, retração de 12,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As importações somaram US$ 2,5 bilhões, recuando 10,1% no período. Com isso, o déficit comercial foi de US$ 879 milhões nos três primeiros meses, valor 4,8% menor do que registrado em igual período de 2019 (US$ 922,9 milhões).
Exportações x Importações
No comparativo de março com fevereiro, as exportações para os Estados Unidos encolheram 22,5%, índice que foi de 17,4% em relação à Argentina e de 17,4% no caso do México. Os três países, segundo o Sindipeças, já vinham apresentado problemas internos antes da pandemia.
No trimestre, a Argentina se mantém como principal comprador das autopeças brasileiras, com a aquisição de US$ 329,5 bilhões este ano, queda de 4,4% sobre igual período do ano passado. As exportações para os Estados Unidos recuaram 36% no período, para US$ 251,6 bilhões, e 10% para o México, com US$ 251,6 bilhões.
Com relação às importações, o balanço trimestral indica queda de 6,8% no caso da China, que mandou para cá US$ 404 bilhões em autopeças este ano. As compras na Alemanha caíram 10,6%, para US$ 282 milhões, e as realizadas no Japão recuaram 10,5%, para US$ 235,2 milhões.
Foto: Divulgação/MTE-Thomson
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