Indústria

Covid-19 afeta negócios externos das autopeças

No trimestre, exportações caem 12,9% e importações, 10,1%. Déficit comercial recua 4,8%, para US$ 879 milhões.

A pandemia do Covid-19 afetou parcialmente os negócios externos da indústria de autopeças em março e contribui para o resultado negativo do primeiro trimestre do ano. O Sindipeças informa que até meados do mês passado a situação vinha transcorrendo dentro da normalidade, mas as paralisações na área produtiva que vieram na sequência desaceleraram as exportações.

“A intensidade da crise será notada em abril, quando a cadeia automotiva se manteve isolada, com poucas empresas operando em cerca de 20% a 30% da sua plena capacidade”, prevê a entidade em seu relatório da balança comercial do setor publicado no site do Sindipeças.

Em relação a fevereiro, as exportações recuaram 20,3%, totalizando US$ 528 milhões em março, o que vai na contramão da série histórica da indústria brasileira de autopeças. “Em 2019, por exemplo, as exportações cresceram 11,3% nesse comparativo. Logo, a queda observada parece sinalizar a influência da Covid-19 no fechamento de certos mercados e nas dificuldades impostas às operações logísticas”, destaca a entidade.

LEIA MAIS

Volkswagen fecha acordo de 30% de redução de jornada

Negócios das autopeças desaceleram antes mesmo do Covid-19

No que diz respeito às importações, houve crescimento de 11% em março com relação a fevereiro, mas queda de 18,9% frente ao mesmo mês de 2019. De acordo com o Sindipeças, o aumento mensal indicaria movimento favorável da produção industrial (confirmado pelo IBGE), que será revertido em abril pelas razões apontadas anteriormente.

Balanço do primeiro trimestre indica exportações totais de US$ 1,6 bilhão, retração de 12,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior. As importações somaram US$ 2,5 bilhões, recuando 10,1% no período. Com isso, o déficit comercial foi de US$ 879 milhões nos três primeiros meses, valor 4,8% menor do que registrado em igual período de 2019 (US$ 922,9 milhões).

Exportações x Importações

No comparativo de março com fevereiro, as exportações para os Estados Unidos encolheram 22,5%, índice que foi de 17,4% em relação à Argentina e de 17,4% no caso do México. Os três países, segundo o Sindipeças, já vinham apresentado problemas internos antes da pandemia.

No trimestre, a Argentina se mantém como principal comprador das autopeças brasileiras, com a aquisição de US$ 329,5 bilhões este ano, queda de 4,4% sobre igual período do ano passado. As exportações para os Estados Unidos recuaram 36% no período, para US$ 251,6 bilhões, e 10% para o México, com US$ 251,6 bilhões.

Com relação às importações, o balanço trimestral indica queda de 6,8% no caso da China, que mandou para cá US$ 404 bilhões em autopeças este ano. As compras na Alemanha caíram 10,6%, para US$ 282 milhões, e as realizadas no Japão recuaram 10,5%, para US$ 235,2 milhões.


Foto: Divulgação/MTE-Thomson

Compartilhar
Publicado por
Alzira Rodrigues

Notícias recentes

Volvo garante cinco estrelas no primeiro Truck Safe do Euro NCAP

Novo protocolo de testes de segurança da organização passa por avaliações dos estágios de um…

% dias atrás

Dulcinéia Brant é a nova VP de compras da Stellantis na região

Ela substitui Juliano Almeida, que terá nova posição global na empresa

% dias atrás

Automec 2025 terá 700 expositores de outros países

É um número 20% superior ao da edição de 2023, também realizada no São Paulo…

% dias atrás

Stellantis apresenta a STLA Frame para veículos grandes

Plataforma a bateria da fabricante promete autonomia de até 1.100 km

% dias atrás

Com fraco desempenho de elétricos, mercado europeu cresce 0,7% em 2024

Ford vai demitir 4 mil trabalhadores na região até 2027

% dias atrás

Mercedes-Benz negocia 480 ônibus para BH

Transporte de passageiros

% dias atrás