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Mercedes-Benz arrisca mercado de ônibus 35% menor em 2020

Como auxílio para atravessar a crise, fabricante negocia contratos vigentes com operadores

Embora admita a dificuldade em fazer projeções, o diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz, Walter Barbosa, arrisca um palpite de que o mercado de ônibus em 2020 deverá encerrar em torno 35% abaixo das vendas de 2019. Se consolidado, o volume entregue será por volta de 13 mil a 14 mil unidades contra 21 mil chassis negociados no ano passado.

“É muito difícil de precisar. Perdemos perto de três meses de negócios e boa parte das compras anteriormente programadas foram suspensas. Temos de enxergar o fim da pandemia, espero que no fim de julho começo de agosto, para observar como se comportará a retomada do mercado.”

Somente o desempenho do primeiro trimestre, período portanto que inclui negócios anteriores às medidas de combate ao novo coronavírus, como interrupção de produção e fechamento de rede de concessionárias, já sinaliza que a indústria poderá absorver.

Aumento de participação

De janeiro a março, os emplacamentos de ônibus somaram pouco mais de 3,6 mil unidades, volume 21% inferior ao anotado um ano antes, de 4,6 mil chassis. A Mercedes-Benz também sofre, mas menos. No período, as vendas da marca recuaram 10%, para 2 mil unidades. “Ou seja, ganhamos em participação. Tínhamos 50% nos três primeiros meses do ano passado, agora, 57%.”

Diante das dificuldades com a completa falta de demanda, “difícil neste momento ter cliente precisando ou querendo renovar frota”, observa Barbosa, a Mercedes-Benz colocou em campo ações auxiliares para ajudar o operador a atravessar a crise.

Carência para contratos vigentes

Segundo o diretor de vendas, os financiamentos de clientes em vigência podem ser renegociados. Os contratos pelo Finame têm possibilidade de carência de seis meses e os por CDC, de três meses. As parcelas que ficaram para trás poderão ser ainda divididas por 18 meses. “É uma maneira de ajudar a manter o cliente vivo até isso tudo passar e, aí sim, ele ter condições de renovar frota.”

Segundo Barbosa, a pandemia impactou seriamente o transporte de passageiros. “O segmento rodoviário está praticamente parado com os impedimentos de viagens intermunicipais. E no urbano, a receita dos operadores caiu 75% com a necessidade de manter de 50% a 60% da frota em operação.”

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Foto: Mercedes-Benz/Divulgação

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Publicado por
Décio Costa

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