Índice é oito vezes maior do que a empresa estimou no começo do ano
A Bosch, uma das maiores fornecedoras de sistemas e componentes da indústria automobilística, projeta que a produção mundial de veículos deve recuar pelo menos 20% em 2020. O índice foi revelado por Stefan Asenkerschbaumer, diretor financeiro, que afirmou que o conglomerado alemã está se preparando para um forte quadro de recessão mundial.
“Mesmo que a produção tenha aumentado novamente na China e a indústria européia esteja se preparando para uma aceleração, precisamos nos preparar para uma grave recessão global em 2020. É possível estimar a extensão real da queda na produção econômica. Nossa suposição é de que será significativamente mais acentuada do que 1,5% que experimentamos na recessão de 2009”, declarou durante conferência anual com a imprensa.
Asenkerschbaumer, porém, não arrisca estimar qual resultado o grupo pode registrar este ano. “Será necessário um esforço supremo para alcançar pelo menos um resultado equilibrado”, disse. Em 2019, a Bosch faturou € 77,7 bilhões de euros, muito própximo do que registrara um ano antes, mas o lucro antes de juros e impostos foi de € 3,3 bilhões de euros, cerca de 40% menor.
A pandemia da Covid-19, na verdade, acentuou de forma drástica um quadro global nada favorável esperado pela Bosch. Em janeiro, a empresa já projetava encolhimento de 2,6% da produção de veículos em 2020, para algo da ordem de 89 milhões de unidades.
Já seria o terceiro ano consecutivo de declínio nas linhas de montagem. “É muito provável que tenhamos excedido o pico da produção automotiva”, afirmou então Volkmar Denner, CEO da Bosch, que ontem participou de encontro anual com a imprensa.
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O Grupo Bosch vendeu 7,3% a menos no primeiro trimestre com relação ao mesmo período do ano passado — em março, o recuo foi de 17% . O mesmo patamar de decréscimo foi registrado na área de serviços de mobilidade, que encolheram 7,7% no primeiro trimestre e 19% em março.
Regionalmente, as vendas na Ásia-Pacífico (inclusive na África) caíram 15%. Na Europa e na América do Norte, o declínio foi de 4,7 e 6%, respectivamente. A queda 10% na América do Sul se deveu aos efeitos da taxa de câmbio, frisou a empresa.
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