Receita teve queda de 15% em março e Sindipeças acredita que MP 936 contribuirá agora para manutenção dos postos de trabalho
A indústria de autopeças fechou o mês de março com faturamento 15,8% inferior ao do mesmo mês do ano passado e 7,7% menor do que o registrado em fevereiro, reflexo das medidas de isolamento social impostas pela Covid-19, conforme revela o Sindipeças em sua pesquisa conjuntural publicada nesta quarta-feira, 6.
A entidade lembra que o normal seria um mês com melhor desempenho nos dois comparativos, visto que tanto fevereiro deste ano como março de 2019 tiveram menos dias úteis, em função de ambos terem incorporado o feriado de carnaval. Ainda segundo o balanço da entidade, o nível de emprego recuou 0,9% em março com relação a idêntico mês do ano passado é 6,2% na comparação interanual do trimestre.
Apesar desse resultado negativo, o Sindicato diz que por enquanto não se prevê deterioração mais grave nas condições do mercado de trabalho em autopeças, por conta de iniciativas que estão sendo adotadas com base na medida provisória 936, “que devem mitigar os riscos de recrudescimento das demissões no setor”.
A ociosidade na indústria de autopeças se manteve em 31% em março, mesmo patamar de fevereiro, “ancorada na normalidade da primeira quinzena e progressiva paralisação das atividades nas duas últimas semanas do mês”, destaca o Sindipeças no relatório da pesquisa conjuntural. “Mas abril trará, com certeza, resultado pior”, prevê.
No comparativo de março com fevereiro, o mercado de reposição foi o que teve pior desempenho, com queda de 15,8%. Os negócios com as montadoras recuaram 9,9% e as operações intrassetoriais, 4,4%. O valor das exportações em reais, beneficiado pela disparada da taxa de câmbio, avançou 7,9% no período.
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No primeiro trimestre, de acordo com a entidade que representa a indústria brasileira de autopeças, os resultados podem ser considerados decepcionantes. “No confronto com igual trimestre do ano passado, houve retração de 10,75% da receita nominal, com quedas de 12,9% nas transações com as montadoras, de 3,5% na reposição e de 9,9% nas exportações em reais.
“Quando se observa que as exportações medidas em dólar encolheram 23,6% no acumulado dos três primeiros meses do ano frente a igual período do ano anterior, torna-se inquestionável a constatação que a transmissão dos efeitos econômicos da pandemia agravaram o cenário para as vendas de autopeças brasileiras para outros países”, observa o Sindipeças.
Foto: Divulgação/Meritor
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