Presidente da empresa revela que metade dos funcionários trabalha um dia e os demais no outro
Após paralisar por três semanas as atividades na sua fábrica de motores em Guarulhos, SP, a Cummins retomou produção no mês passado operando à meia capacidade. O presidente da empresa no Brasil e vice-presidente da Cummins Inc., Luiz Pasquotto, conta que a opção foi pelo alternamento dos funcionários, com metade trabalhando em um dia e a outra no outro.
São soluções criativas que as indústrias vêm buscando para funcionar com o máximo de segurança na área de saúde em tempos de epidemia da Covid-19, ao mesmo tempo que buscam adequar a oferta à atual demanda do mercado. “No segmento de motores houve uma queda brusca de 50% e tivemos de parar porque nossos clientes pararam”, comentou o executivo.
A fábrica de motores, turbos e pós-tratamento de Guarulhos está funcionando de segunda a sexta-feira desde o dia 22 de abril, quando retornou de férias coletivas, com as operações divididas em dois times: A e B. Dos 600 funcionários, 300 trabalham em um dia e os demais no seguinte.
A fábrica de filtros do grupo opera 100% para atender principalmente o mercado de reposição, assim como a de geradores de energia, que têm demanda neste período por parte de hospitais e outros segmentos essenciais. Paquotto revelou que, assim como outras indústrias do setor, também a Cummins fez uso da medida provisória 936 para fechar acordo com os trabalhadores, visando garantir empregos neste período de crise.
O presidente da Cummins foi um dos convidados da live promovida pelo Automotive Business nesta quarta-feira, 13, que também contou com a participação do presidente da Bosch América Latina, Bezaliel Botelho, e do diretor de vendas corporativas da ArcelorMittal, Gustavo Canaan.
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Sobre a crise atual e a futura recuperação do mercado, Pasquotto destacou ser necessário pensar em curto, médio e longo prazos. Dizendo que uma solução definitiva só mesmo quando houver vacina, o executivo ressalta que um item importante para se fazer qualquer previsão é o tempo que vai durar a quarentena. “Seria bom se tivesse uma melhor gestão entre governo federal e governos estaduais quanto a isso. Acreditamos que a saúde tem de vir em primeiro lugar, mas é necessários encontrar fórmulas para gradativamente retomar a economia”.
Na sua avaliação, outra questão importante para assegurar a saúde financeira das empresas neste período de crise é a questão do crédito. “Principalmente as pequenas e médias empresas estão com dificuldades para obter empréstimos, o que é fundamental no momento para a sobrevivência da cadeia automotiva. Se houver crédito viável, a recuperação pode ser mais rápida”, acredita Pasquotto.
Foto: Divulgação/Cummins
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