No Brasil desde 2014 a fabricante de aços NLMK vem conseguindo manter um desempenho acima da média do setor graças aos negócios na área de mineração, que caíram menos do que nos demais segmentos atendidos pelo setor. Paulo Seabra, diretor da empresa na América do Sul, informa que no comparativo de abril com março houve retração de 15% nas vendas da empresa e agora em maio a queda chega a 30% tomando por base o movimento anterior à adoção das medidas de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus.

“Tínhamos estimativa de uma redução das vendas na faixa de 40% a 50%, mas os negócios estão um pouco melhor do que o esperado. Trabalhamos muito com a mineração e esse setor foi menos afetado do que outros. A indústria automobilística, por exemplo, praticamente paralisou suas operações no mês passado e a economia como um todo perdeu volumes”.

Segundo o executivo, também tem contribuído para um desempenho acima da média os negócios relativos à reforma de equipamentos, como escavadeiras, por exemplo. “Para aumentar a vida útil do equipamento, o usuário prefere utilizar aço de alta resistência na sua reforma”, comenta Seabra.

A NLMK importa os aços comercializados no Brasil de suas fábrica na Itália e na Bélgica, mantendo um centro de logística em Itajaí, SC, que adotou as adequadas medidas de higiene e saúde para manter as atividades nestes tempos de pandemia, colocando o pessoal administrativo em home-office.

“A fábrica da Bélgica parou por duas semanas e já retomou, mas a da Itália, localizada em Verona, esteve no epicentro da epidemia, parou por mais de um mês. Tínhamos algum estoque e conseguimos não parar de vez nossas operações no Brasil”, informa o diretor-geral.

Seabra lembra que na indústria de aço tem duas grandes divisões – a de bobinas e a de chapas grossa. O grupo optou por operar no País com a segunda opção, que tem na área automotiva como clientes os grandes implementadores, como a Randon e a Faquini, por exemplo. “O material também é bastante utilizado na linha pesada da área de construção civil, que deu uma parada grande na atual crise,  e na mineração, como já comentei”.

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O executivo prefere não fazer previsões sobre a retomada do mercado e da economia em geral, lembando que esta crise é diferente de todas as vividas anterior. “Sabemos que toda retomada é lenta e que uma solução para a Covid-19 só virá quando tiver vacina. Mas, por natureza, sou um otimista, e acredito que com a vacina a área industrial vai reagir mais rápido do que em outras crises”.


Foto: Divulgação/NLMK

Alzira Rodrigues
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