Bancos comerciais restringem os empréstimos por medo da inadimplência
Os potenciais clientes da indústria de implementos rodoviários estão enfrentando as mesmas dificuldades que os consumidores de automóveis e de outros bens de consumo para obter empréstimos neste período de pandemia da Covid-19. Diante desse quadro, a Anfir, entidade que representa o setor, informa que realizou reunião on line com representantes do BNDES, solicitando ao banco que estude uma solução especial para que o crédito seja destravado junto aos agentes financeiros que operam as linhas da instituição.
Segundo a entidade, o sistema financeiro está exigindo garantias em excesso, inviabilizando a obtenção de crédito pelos interessados em adquirir implementos rodoviários neste momento. “Os bancos comerciais não querem emprestar por terem receio da inadimplência devido à grande queda do PIB que está ocorrendo“, afirma Norberto Fabris, presidente da Anfir.
A videoconferência com o BNDES foi na quinta-feira, 14, ocasião em que Fabris descreveu o panorama do mercado desde a crise de 2015, enfatizando que a recuperação só veio em 2019 e havia até antes da pandemia expectativa da indústria de registrar crescimento em 2020: “A crise provocada pela Covid-19 frustrou nossos planos porque atingiu todos os setores econômicos em cheio“.
A Anfir diz ter deixado claro ao BNDES que o setor não está pedindo um novo PSI com juros subsidiados a 2,5% ao ano, conforme solução já adotada no passado e que acabou gerando graves distorções mais à frente. “O Brasil aprendeu que o dinheiro barato daquela ocasião nos custou muito caro”, comenta Fabris. “O que pedimos ao banco é que estude uma solução especial para que o crédito seja destravado junto aos agentes financeiros que operam as suas linhas”.
Segundo nota da Anfir, o diretor de participações, mercado de capitais e crédito indireto do BNDES, Bruno Laskowsky, informou que já estão avançadas as tratativas para a publicação por parte do governo federal de uma Medida Provisória regulando um fundo especial denominado FGI, que vai garantir as operações dos agentes financeiros parceiros da instituição. O FGI vai englobar todas as operações de credito feitas pelas operações indiretas do BNDES. Isso representa cerca de R$ 100 bilhões.
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No mesmo dia em que realizou videoconferência com o BNDES a Anfir também teve encontro virtual com a Apex-Brasil, que declarou interesse em prosseguir e ampliar o programa de incentivo às exportações do setor. Essa reunião on line teve a participação de 30 entidades.
O programa desenvolvido pela entidade em conjunto com a Apex-Brasil é o MoveBrazil, que tem como meta promover as vendas brasileiras de implementos rodoviários, fortalecendo a imagem do Brasil como fabricante de bens de capital e fornecedor de tecnologia. A principal forma de atuação é por meio de ações de promoção comercial, como participação em feiras e rodada de negócios.
Foto: Divulgação/Randon
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