Índice de aumento vai variar entre linhas e modelos de veículos comerciais de acordo com a quantidade de componentes importados
O momento ainda é de preencher planilhas de cálculos, mas a Mercedes-Benz já tem planejado um reajuste de preços na linha de veículos comerciais a partir de 1º de julho. A retomada da produção e o inevitável retorno de fluxo de compras associados à disparada do dólar, com alta acumulada superior a 40% no ano, a empresa não enxerga outra saída senão rever os preços dos produtos.
“Uma realidade é que temos no estoque, outra é a que começa com o reinício da produção”, resume Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. “Ainda não temos valores fechados, dependerá do índice de conteúdo importado presente em cada família de veículos ou modelos.”
A atual volatidade do câmbio reforça pauta recorrente no setor automotivo de maior nacionalização de peças e sistemas, uma forma de se proteger da valorização do dólar. Leoncini acredita em movimento mais forte neste sentido pelas fabricantes, embora seja uma “estratégia que ocorra do dia para a noite. Na última década, os fornecedores se tornaram mais globais e capazes, mas ainda há dificuldades em determinados componentes, eletrônicos, por exemplo.”
Demanda por caminhões continua
Ainda que os desafios para indústria se intensifiquem, especialmente em meio a uma pandemia sanitária sem precedentes, que praticamente paralisou produção e vendas no mês passado, Leoncini se mantém confiante em segmentos que continuam a demandar caminhões.
“Os patamares de pedidos são menores, mas o agronegócio se mostra mais uma vez como o salvador da pátria. O campo não parou e ainda tem pela frente uma safra robusta. Também o segmento de celulose está forte, especialmente devido às exportações, além do farmacêutico, de alimentos, de produtos químicos e gás.”
Entregas do novo Actros prorrogadas
A retomada da produção da Mercedes-Benz em 11 maio recoloca no planejamento não só a necessidade de atender os segmentos que se mantêm em atividade, mas também recoloca no horizonte o compromisso de entregas já programadas antes da crise.
Os novos Actros, por exemplo, que deveriam começar a chegar aos transportadores em abril, foram adiados para junho. Segundo Leoncini, apenas para essa nova geração de caminhões há 500 unidades programadas, 10% delas da versão com MirrorCam, sem o tradicional espelho retrovisor.
O executivo adianta que após um ano de uso de quatro unidades do novo Actros em testes com transportadores do Mato Grosso, os resultados superaram expectativas. Uma das operações, em uso misto de estradas de chão e asfalto, um dos modelos já rodou 100 mil quilômetros e trouxe economia no consumo de 7% em relação a caminhão de concorrente, fazendo, em média, 2,09 km/l, e disponibilidade 33% maior.
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Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
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