O Grupo Renault conseguiu a aprovação de linha de crédito bilionária de pool formado pelos bancos BNP Paribas, Crédit Agricole, HSBC France, Natixis e Société Générale. Até 31 de dezembro, a montadora poderá sacar, parcial ou totalmente, em apenas uma ou em várias vezes, até € 5 bilhões.
O contrato foi fechado mediante aval do governo da França, acionista do conglomerado automobilístico, para 90% do total dos recursos que, segundo a empresa, “ajudarão a financiar os requisitos de liquidez no contexto de uma crise sem precedentes”. O vencimento inicial do empréstimo é de 12 meses, mas a Renault tem opção de prolongá-lo por mais três anos.
A crise global gerada pela pandemia da Covid-19 acentuou as dificuldades de muitas empresas do setor automotivo, que já vinham colhendo resultados negativos por conta da queda das vendas mundiais e necessidade de altos investimentos para cumprir legislações ambientais ou desenvolverem tecnologias e serviços, como veículos elétricos e sistemas autônomos de condução.
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É o caso da Renault, que fechou o ano passado no vermelho, após uma década de bons resultados, e que segue em forte queda em 2020 — a receita do primeiro foi de € 10,1 bilhões, 19% abaixo de igual período do ano passado. Bruno Le Maire, ministro das Finanças da França, chegou a afirmar, em maio, que montadora poderia “desaparecer” se não recebesse ajuda para lidar com as consequências da crise.
No dia 29, a própria Renault apresentou plano para reduzir em € 2 bilhões seus custos mundiais nos próximos três anos e se manter competitiva em um cenário de vendas globais em baixa no médio prazo. Dentre as medidas reveladas, está a dispensa de 15 mil dos cerca de 180 mil funcionários que compõem seu quadro mundial.
Perto de 4,6 mil dos dispensados trabalham na França. A Renault, porém, diz não pretender fechar fábricas no país e que as vagas serão eliminadas obedecendo reestruturação de atividades, mudanças de funções e saídas voluntárias.
A capacidade de produção global do grupo, que envolve várias marcas de veículos, serviços e até autopeças, também será reduzida em quase 18%, de 4 milhões de veículos anuais para 3,3 milhões em 2024.
Boa parte da redução de custos será alcançada também com o desenvolvimento conjunto e compartilhamento de plataformas com as parceiras da aliança mundial Nissan e Mitsubishi e que devem representar quase metade dos futuros veículos dos três grupos.
Foto: Divulgação