Apesar de os números absolutos serem extremamente baixos por causa da pandemia da Covid-19, o balanço de maio mostra a desaceleração das vendas diretas de veículos em relação a abril, enquanto o varejo reagiu favoravelmente e garantiu, na média, uma alta de 10,5% nas vendas de automóveis e comerciais leves nesse comparativo.
Do total de 56.638 unidades emplacadas no mês passado, apenas 19.620 foram negociadas pela modalidade de venda direta. Com esse resultado, a participação desse tipo de negócio baixou de 50,6% em abril, quando no total foram comercializadas 51.355 veículos leves, para 34,6% em maio. No mesmo mês de 2019, essa fatia era de 46,8%.
Na contramão desse movimento, os negócios no varejo cresceram 45,3% de abril para maio, passando de 25.472 unidades para 37.019. Há muitos anos o varejo não tinha uma participação tão significativa como em maio, quando respondeu por 65,4% das vendas totais.
Vale lembrar que o movimento do mercado nos últimos dois meses foi extremamente reduzido. No comparativo de maio com o mesmo mês do ano passado, quando as vendas atingiram 234,1 mil automóveis e comerciais leves, a queda foi de 75,8%.
Diante das medidas de isolamento social anunciadas em março, a queda nas vendas diretas – que abrange locadoras, frotistas, produtores rurais e público PcD (pessoas com deficiência) – já era esperada no setor. O presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, avalia ser natural a redução da participação dessa modalidade de compra nos negócios do setor.
“Não só as locadoras como também os grandes frotistas desaceleraram as compras. Está tudo muito incerto, está todo mundo aguardando para ver como ficará a economia passado o auge da pandemia. A situação é difícil para todos e temos consciência que a retomada do mercado de veículos se dará de forma gradual”, comentou o empresário.
As locadoras revelaram planos de reduzir compras logo após o início da pandemia. A Abla, a entidade que representa o setor, divulgou estudo em abril prevendo um aumento do tempo da vida útil dos automóveis utilizados pelas locadoras de 14,9 meses (registrado ao final de 2019), para 18 a 20 meses no fim de 2020. Por causa das medidas de isolamento social, a demanda por locação caiu logo no início da pandemia.
“Um dos cenários mais desafiadores, por exemplo, é aquele referente aos motoristas de aplicativos, cujas devoluções de veículos superam a marca de 80%”, informou na ocasião o presidente da Abla, Paulo Miguel Junior.
LEIA MAIS
→80% dos motoristas de aplicativos devolvem os carros para as locadoras
→Reação tímida no mercado de veículos
Ranking por marca
No ranking por marca em maio, a Fiat foi a líder nas vendas diretas, com participação de 26,5%. Na sequência vêm a Volkswagen (16,7%, Ford (9,5%), Jeep (9,4%), Renault (9,2%) e General Motors (7,1%). Já o ranking específico do varejo é bem diferente. No topo está a GM, com fatia de 23,1%, seguida da Volkswagen (14,8%), Hyundai (10,6%0, Fiat (9,6%), Toyota (9,5%) e Renault (7,3%).
Foto: Divulgação/Abla
- Fora do Top 5 do atacado, Creta é líder no varejo em 2024 - 19 de novembro de 2024
- Locadoras garantem alta no mercado automotivo em novembro - 18 de novembro de 2024
- Importações da China elevam déficit comercial das autopeças brasileiras - 18 de novembro de 2024