Com 43 mil unidades fabricadas no mês passado, setor acumulou apenas 630 mil até maio
Apesar de ter reagido com relação a abril, quando foram fabricados apenas 1.847 veículos, a produção das montadoras instaladas no País limitou-se a 43 mil unidades no mês passado, queda de 84,4% sobre o mesmo mês do ano passado (275,7 mil) e o pior maio desde 1985. No acumulado dos cinco meses foram produzidos 630,8 mil veículos, queda de 49,2% sobre o total de 1,24 milhão de janeiro a maio de 2019.
“Já perdemos 610 mil veículos em produção este ano”, comentou o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, ao divulgar o balanço do setor e os reflexos da Covid-10 em seus negócios em entrevista on line na manhã desta sexta-feira, 5. O executivo lembrou que a maioria dos fabricantes de caminhões voltou a operar em maio, mas de forma gradual e em apenas um turno, enquanto na área de automóveis e comerciais leves houve a volta de apenas uma parte, com algumas fábricas só retornando agora em junho.
A Anfavea reviu projeção para as vendas no mercado interno, estimando agora queda de 40%, para 1.675.000 unidades. A previsão anterior era de alta de 9,4%, com total de 3.050.000 emplacamentos. Mas preferiu não projetar nada por enquanto com relação a exportações e produção.
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“Ainda está tudo muito incerto. Junho ainda vai ser um mês muito difícil e deveremos melhorar gradativamente nos próximos dois trimestres. A produção terá retomada gradual, mas com limitações por causa das medidas de segurança e preservação de saúde dos trabalhadores. Não temos como calcular nada neste momento”.
Moraes também comentou sobre investimentos e aumentos de preço no setor, dizendo que nesses dois casos as decisões se darão individualmente em cada montadora. “É tudo uma questão de gestão de crise. A maioria das montadoras não está suspendendo investimento, mas sim congelando. As prioridades agora são outras, o momento é de tentar preservar empregos e adequar-se aos novos parâmetros do mercado”.
Com relação aos preços, comentou que com a alta do dólar e os avanços tecnológicos dos veículos, os repasses em geral se fazem necessário. “É uma equação difícil considerando que o mercado caiu por causa da pandemia. Cada marca vai avaliar a questão dos custos e até mesmo a demanda por modelo para tomar decisões quanto a reajustes”.
Moraes também falou sobre a liquidez do setor, comentando que a medida provisória 975, referente ao programa emergencial de acesso ao crédito, deve favorecer as pequenas e médias empresas da área automotiva, incluindo as concessionárias. “É um avanço. É torcer agora para que o sistema funcione e o dinheiro chegue a quem precisa”.
Com relação ao pedido das montadoras de o governo liberar os créditos tributários para servirem de garantia a empréstimos bancários da indústria, ainda não há decisão sobre o assunto. Mas Moraes disse que a Anfavea continua negociando com o Ministério da Economia e ainda há expectativa de que uma resposta positiva nesse sentido.
Foto: Divulgação/VW/fábrica da Anchieta
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