Presidente da entidade diz que a situação é difícil para todos, incluindo fornecedores e concessionários
Apesar do balanço positivo de maio em relação a abril, ainda há grande preocupação no setor automotivo com a situação das empresas, o risco do desemprego e o próprio futuro do mercado no período pós-pandemia. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moares, destaca que os números do mês passado ainda são muito ruins e que a situação é difícil para todos, incluindo fornecedores e concessionários.
“Quando tem um tombo de 40%, a retomada é lenta. É só vermos o que aconteceu em 2015/2016 e o que veio depois. Se forem confirmadas as projeções de um mercado 40% menor este ano, com perto de 1.675.000 emplacamentos, pode demorar de 3 a 4 anos para retomarmos um mercado na faixa de 3 milhões de veículos, como estimávamos para 2020”, comentou o executivo em entrevista concedida na tarde de sexta-feira, 5, a um grupo de jornalistas.
Com base em projeções de analistas do mercado, a Anfavea trabalha com queda do PIB de 7% a 7,5% este ano, reflexo das medidas de isolamento social em prol do combate à Covid-19. Moraes reconheceu que ainda é difícil prever o que vem pela frente, ressaltando que tudo vai depender muito das ações do governo na área econômica.
“Se o auxílio emergencial atingir 70 milhões de pessoas como estão falando, podemos estimar que 1/3 dos brasileiros vão consumidor menos, o que, inevitavelmente, traz grande impacto na economia. Talvez se consiga achatar a curva da recessão. Mas tudo depende de quanto o governo está disposto e pode fazer. Esperamos que Brasília contribua com medidas de retomada”.
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Moraes voltou a elogiar a medida provisória 936, editada no começo de abril com o intuito de evitar demissões. Praticamente todas as montadoras adotaram medidas de flexibilização no trabalho e garantiram empregos pelos próximos 60 a 90 dias. O que vem depois, porém, é uma incógnita. Se o mercado cair os 40% que estão sendo estimados pela Anfavea, a ociosidade será grande e dificilmente será viável manter o atual nível de emprego no setor.
“Nosso setor não demite no primeiro dia. A gente segura ao máximo. Negociamos banco de horas, férias coletivas, tudo que é possível. E nesse período construímos todas as ações junto com os sindicatos, o que continuaremos fazendo a partir do término dos acordos atualmente em vigência”, comentou o presidente da Anfavea, lembrando que a MP 936 está em análise no Senado e há emendas em estudo que podem flexibilizar as relações trabalhistas por mais um tempo. “Estamos acompanhando tudo de perto”.
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