Cerca de 4,2 mil já voltaram a vender veículos, mas com limitações de funcionamento, diz o presidente da Fenabrave
Contrário ao fechamento das concessionárias no País desde que começaram as medidas de isolamento social impostas pela pandemia da Covid-19, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, definiu como “um tiro de partida” a reabertura das revendas autorizadas na capital paulista na última sexta-feira, 5.
“Foi uma conquista. A capital de São Paulo é muito importante para o setor”, comentou o empresário, com a ressalva, no entanto, de que ainda falta muito para a área de distribuição efetivamente retomar atividades no Brasil. Segundo ele, o índice de concessionárias funcionando passou de 34% em maio para 57% neste início de junho, após o retorno na capital paulista.
Com cerca de 7,3 mil revendas no País, o setor tem hoje quase 4,2 mil lojas abertas para a venda de veículos (as oficinas já estavam funcionando) e 3,1 mil fechadas. E quem reabriu, opera com limitações, lembra Assumpção Jr. “Em São Paulo, por exemplo, são apenas 4 horas por dia de funcionamento e com abertura e fechamento das lojas fora dos horários de pico. Em Uberlândia, MG, só para citar outro caso, as concessionárias podem abrir às segundas, quartas e sextas-feira. Ou seja, ainda está longe de falarmos em normalidade”.
De acordo com Assumpção Jr., ainda faltam reabrir praças importantes, como Recife, PE, e Fortaleza, CE, além das revendas das cidades da Grande São Paulo, exceto capital. No ABC paulista, vale destacar, as concessionárias de São Bernardo do Campo e Diadema chegaram a reabrir na sexta-feira, 5, mas a Justiça de São Paulo suspendeu, em decisão publicada no domingo, 7, a volta das operações desse setor e dos escritórios nos dois municípios.
Determinada a partir de pedidos do Ministério Público de São Paulo, a decisão judicial baseia-se nas normas de flexibilização do isolamento social do Governo do Estado, que enquadra os municípios da Grande São Paulo na fase 1, conhecida como zona vermelha, na qual só podem abrir serviços essenciais, construção civil e indústria.
Com relação à volta gradativa do setor de distribuição, o presidente da Fenabrave destaca que todos as concessionárias investiram em medidas de segurança e saúde tanto dos funcionários como dos clientes. A entidade inclusive elaborou um protocolo, que encaminhou à Prefeitura de São Paulo e outras autarquias do País, mostrando tudo o que está sendo feito nas lojas e oficinas.
A Fenabrave está extremamente preocupada com a situação do setor frente à crise gerada pela pandemia da Covid-19. “Falta liquidez e previsibilidade”, comentou o presidente da entidade, lembrando da dificuldade das empresas em obterem empréstimos para repor caixa perdida em todo este período de paralisação.
“A reabertura das concessionárias na capital paulista foi um vitória, mas ainda há muito a conquistar. Vamos ver o que acontece ao longo desta semana para termos um quadro um pouco mais claro do que acontecerá no mercado daqui para frente”.
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O mercado de veículos fechou maio com 62,2 mil emplacamentos, movimento 12% superior ao de abril, mas 75% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado. Junho começou um pouco melhor, com vendas diárias na faixa de 4 mil unidades, ante as 3 mil do mês passado. Mas são números bem aquém dos 11 mil a 12 mil registrados antes da pandemia.
Foto: Divulgação/Fenabrave
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