Desvalorização do real e redução na produção de veículos pesaram na decisão
O lançamento da linha 2021 de caminhões Volvo, ocorrida na terça-feira, 9, chega para o transportador com reajuste nos preços de 8%, para a gama VM, e de 12% no portfólio da família F.
Para Alcides Cavalcanti, diretor comercial da fabricante, embora o ambiente atual recessivo, tomado por uma crise sanitária, não se mostre adequado para se falar em aumento de preço, a empresa não enxerga outra saída a fim de manter o mínimo de rentabilidade.
“A significativa alta do dólar e a redução na produção geraram aumento nos custos fixos por unidade produzida”, justifica o diretor. “O reajuste é necessário e, ainda assim, não o suficiente para cobrir a elevação nas despesas”, adiantando que um segundo reajuste poderá ocorrer no último trimestre do ano.
Ganho de participação
Apesar da crise sem precedente, que assombra não só o transporte, mas todas atividades econômicas, a Volvo se apresenta menos impactada pelos efeitos provocados pela pandemia da covid-19.
Nos primeiros cinco meses do ano, a Volvo registrou uma queda de 5,1% nas vendas, com 5,5 mil caminhões entregues, enquanto o mercado total de pesados e semipesados, categorias nas quais a empresa atua, recuou 23,3%, para 21,7 mil unidades.
“Ganhamos em participação”, destaca Cavalcanti. “Temos hoje acima de 25% das vendas nas categorias de caminhões que estamos presentes, o melhor de nossa história.”
Por segmentos, a fabricante anotou vendas 9% menores (4,7 mil unidades) dentre os pesados e alta de quase 29% (791 unidades) nos semipesados, faixas que computaram no período declínios de 28% (14,4 mil) e 12% (7,3 mil), respetivamente.
O diretor comercial admite não ter ingredientes consistentes para vislumbrar até quando a crise irá afetar os negócios do transporte. A empresa, no entanto, já trabalha com uma queda no mercado total de caminhões de 30% a 40% no encerramento de 2020 em relação a 2019. A estimativa da companhia no início do ano apontava uma alta de 15%.
“Ainda não há base para entender o novo normal do mercado. Na mesa, o agronegócio, a mineração e o transporte de alimentos e bebidas efetivamente ainda demandam caminhões”, conta Cavalcanti. “A carteira para produzir nos próximos 60 dias se mostra consistente devidos a esses segmentos. Temos de acompanhar como será a evolução a partir de agosto, vendas que começam na rede agora.”
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Foto: Volvo/Divulgação
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