A frota circulante no Brasil segue em ascensão, mas em ritmo abaixo do necessário para reduzir o tempo de vida útil dos veículos que trafegam por nossas ruas e estradas. Levantamento do Sindipeças publicado esta semana no site da entidade mostra que a frota atingiu 45,9 milhões de unidades em 2019, com crescimento de 2,5% sobre os números do ano anterior (44,8 milhões).
A idade média dos veículos, no entanto, subiu de 9 anos e 6 meses em 2018 para 9 anos e 8 meses em 2019. No comparativo com 2014, quando a idade média era de 8 anos e 6 meses, o envelhecimento é de 14 meses. Em relação à frota de cinco anos atrás (41,9 milhões), houve crescimento de 9,5% no número de veículos circulando pelo País.
No caso dos automóveis, a frota alcançou 38 milhões no ano passado, uma expansão de 2,4%. O envelhecimento nesse caso, no entanto, é mais acentuado do que o da média dos veículos como um todo. O tempo médio de uso dos carros, que era de 8 anos e 8 meses há cinco anos, chegou a 9 anos e 7 meses em 2018 e saltou para 9 anos e 10 meses no ano passado.
Do total de automóveis em circulação, 25% apresentavam idade média de até 5 anos em 2019, 56% entre 6 e 15 anos e 18% acima de 16 anos. No segmento de comerciais leves, o tempo de vida útil foi de 7 anos em 2014 para 7 anos e 11 meses em 2018 e chegou a 8 anos e 2 meses no ano passado. O total de comerciais leves em atividade no País somou 5,5 milhões em 2019, dos quais 31% apresentam idade de até 5 anos e 62% entre 6 e 15 anos de uso. Em relação a 2018, a frota de comerciais leves avançou 3,6%,
A idade média dos caminhões, que estava em 9 anos e 7 meses há 5 anos, saltou para 11 anos e 4 meses em 2018 e atingiu 11 anos e 7 meses em 2019. Essa frota chegou a 2 milhões de unidades em 2019, incremento de 2,3% em relação ao ano anterior. Segundo o Sindipeças, a distribuição por faixa etária reforça a necessidade de um programa de renovação da frota de caminhões. Apenas 17% apresentava idade média de até 5 anos, enquanto 56% dos veículos tinham entre 6 e 15 anos de uso.
A entidade informa que a idade média da frota brasileira vem subindo desde 2015. “Possibilidades de reversão desse fenômeno dependem do aumento da taxa de crescimento das vendas de novos veículos vis a vis a taxa de sucateamento da frota existente e/ou de políticas públicas que exijam a retirada de circulação de veículos muito antigos, ou seja, um programa de renovação da frota”, comenta a entidade em seu relatório anual da frota circulante.
Vale notar, no entanto, que o mercado de veículo reverteu curva ascendente por causa da pandemia da Covid-19, o que certamente contribuirá para a continuidade do envelhecimento da frota brasileira nos próximos anos. O crescimento do número de veículos em circulação no ano passado no Brasil foi maior do que o registrado em 2018, quando a alta ficou em apenas 1,9%.
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Segundo o Sindipeças, a frota brasileira está predominantemente concentrada em cinco Estados: São Paulo, com 30,0% do total, Minas Gerais (12,6%), Paraná (7,6%), Rio de Janeiro (7,4%) e Rio Grande do Sul, com 6,7%. Agregados, esses cinco estados representavam 64,3% de todos os autoveículos que circulavam no País em 2019.
Da frota circulante de quase 46 milhões de veículos, os importados corresponderam a 14,4% no ano passado, ante os 14,6% de 2018. Essa participação vem em queda há 4 anos consecutivos.
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