Mercado

Fenabrave revê projeção do mercado para queda de 36,4%

Concessionárias têm problemas de caixa e persiste risco de fechamento de lojas e desemprego no setor

Com o balanço do primeiro semestre fechado, a Fenabrave revisou a projeção de vendas de veículos este ano para uma queda de 36,4%, ante a meta inicial de crescimento de 9,6%. O índice é um pouco inferior ao projetado pela Anfavea, que já em maio estimou retração da ordem de 40% para as vendas totais de veículos, incluindo leves e pesados.

Pelas novas estimativas da entidade que representa o setor de distribuição, o mercado deverá totalizar 1,77 milhão de emplacamentos, ante os 2,79 milhões de 2019. A projeção antes da pandemia da Covid-19 era de crescimento de 9,6%, para 3,05 milhões de leves e pesados.

Ao divulgar o balanço do semestre, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, disse ser positivo a reação do mercado em junho com relação a maio, mas destacou que ainda há grande preocupação no setor, seja por problemas de caixa como pela falta de previsibilidade quanto à volta da normalidade de atendimento no setor.

No comparativo de junho com maio, as vendas de automóveis e comerciais leves ampliaram-se em 116,78%, com 122.772 emplacamentos, contra os 56.635 do mês anterior. Mas em relação ao mesmo mês de 2019 a queda é de 42,47%, ou seja, ainda há muito a evoluir no segmento de leves.

O movimento do mês passado, segundo a Fenabrave, foi beneficiado pela retomada das operações do Detran-SP e do retorno das concessionárias da capital paulista, que somam mais de 370 empresas atuando com automóveis e comerciais leves. Parte dos emplacamento reflete vendas represadas em abril e maio.

Considerando as concessionárias ainda fechadas e as que operam parcialmente, com horários reduzidos ou dias alternados, há uma redução da ordem de 30% no atendimento do setor, segundo Assumpção Júnior. O empresário destaca que o setor continua com dificuldades de obter empréstimos para repor caixa e ainda persiste o risco de desemprego e de fechamento de lojas no setor.

“Não temos ainda o balanço do número de lojas fechadas e nem de demissões, mas as dificuldades ainda são imensas. Além de estar difícil captar dinheiro no mercado, os juros estão elevados, na faixa de 16%”, ressalta o presidente da Fenabrave.

Projeções por segmento

A previsão para as vendas de automóveis e comerciais leve passou de uma alta esperada de 9% para uma retração projetada em 37,1%, somando, agora, 1.672.428 unidades. No caso dos caminhões, a estimativa de expansão de 24% foi revista para redução de 18,6%, totalizando 82.854 unidades. O segmento de ônibus deve retrair 39,1%, com o total de 16.554 unidades, ante a expectativa anterior, de aumento de 16%.

O balanço do primeiro semestre indica vendas totais de 808.784 veículos, queda de 38,2% em relação ao total de 1,3 milhão de emplacamentos do mesmo período do ano passado. O segmento de leves caiu 38,9%, de 1.248.843 para 763.280 unidades em idêntico comparativo. Já o de caminhões teve queda menor no semestre, de 19,7%, para 37.629.

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Foto: Divulgação/Fenabrave

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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