Diante das dificuldades decorrentes da pandemia da Covid-19 e dos problemas de caixa das montadoras, a Anfavea está renegociando com o governo e entidades do setor a prorrogação dos prazos do programa Rota 2030 e também do Proconve, que estabelece metas de emissões de poluentes.
“A crise atual afetou o caixa das empresas e não temos como nos socorrer nas matrizes. O problema não afetou só a produção mas também o desenvolvimento de novos projetos, visto que os investimentos tiveram de ser postergados”, comenta o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, ao confirmar negociações para alteração das datas dos programas que envolvem investimentos em novas tecnologias.
O executivo disse que o assunto vem sendo debatido dentro da organização e há tratativas com o governo sobre os programas em questão, mas preferiu não revelar os prazos de prorrogação que estão sendo pleiteados. No caso do Proconve P8, que entraria em vigor em 2023, o programa envolve a adaptação de caminhões e ônibus produzidos aqui para a tecnologia Euro 6, em vigor na Europa há 2 anos. O Proconve P7, com a tecnologia Euro 5, entrou em vigor em 2012.
Já o Rota 2030, amplamente discutido no setor e implantado no final de 2018, é dividido em três ciclos de investimentos ao longo de 15 anos, com renovação das metas de eficiência energética e de adoção de equipamentos de sistemas de segurança veicular a cada um deles.
Devolução de créditos tributários ainda pendente
Em entrevista online nesta segunda-feira, 6, o presidente da Anfavea também comentou sobre os créditos tributários do setor automotivo que estão sendo negociados com o governo federal, no valor de R$ 15 bilhões, e governos estaduais, com total de R$ 10 bilhões.
Inicialmente a entidade buscou o uso dos créditos devidos pelo governo federal como garantia de empréstimos pelos bancos para o setor. Aparentemente a discussão não avançou muito e agora as montadoras estão pleiteando que as montadoras sejam monetizadas com os devidos créditos, “um ativo que consta inclusive nos nossos balanços”.
“Fizemos propostas de mudanças na legislação para sermos monetizados”, informa Moraes. “O que acontece atualmente é que estamos financiado o Estado. Estamos abertos a toda e qualquer iniciativa e o importante agora é que tenhamos condições de refazer nossos caixas”.
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Foto: Divulgação/Anfavea
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