Encerrado o primeiro semestre do ano, o setor automotivo passa a ter um quadro mais claro dos impactos da crise provocada pela pandemia da covid-19. O balanço do período, apresentado na segunda-feira, 6, pela Anfavea mostra queda de 35,1% na produção de caminhões e ônibus, para 43,7 mil unidades ante 67,4 mil anotadas um ano antes.

Ao considerar somente o ritmo de produção mensal, saíram das linhas de montagem no mês passado, 6,9 mil pesados, volume 43,6% inferior aos 12,3 mil veículos produzidos em junho de 2019. Na comparação com maio, com 5,3 mil unidades, marca um crescimento de 30%.

“Junho foi o primeiro mês cheio após o retorno das atividades produtivas, que voltaram muito abaixo do potencial de produção”, conta Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea para o segmento de pesados. “O resultado agora, porém, reflete melhor a realidade do momento e ainda muito cedo para dizer em recuperação.”

Ainda que alguns setores da economia estejam compradores, especialmente o agronegócio, novas projeções para o ano da Anfavea, considerando uma queda do PIB por volta de 7% e menor nível de confiança do consumidor, indicam retração de 42% na produção de pesados em 2020, algo ao redor de 82 mil caminhões e ônibus. A primeira estimativa, divulgada em janeiro, sinalizava crescimento de 13,4% para 160 mil unidades.

Por segmento, somente a produção de caminhões no mês passado somou 5,6 mil unidades, volume 39% maior em relação a maio (4 mil) e 43,6% menor na comparação com junho 2019, quando as linhas produziram 9,9 mil unidades. No acumulado do primeiro semestre, os 34,8 mil caminhões montados representaram uma queda de 37,2% ante os 55,4 mil produzidos há um ano.

Dentre ônibus, o ritmo das linhas também seguiu lento. Em junho, foram produzidos 1,3 mil chassis, alta de 10% em relação a maio (1,2 mil) e recuo de 43,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado (2,3 mil). De janeiro a junho, a retração já chega 36,5% com 8,9 mil unidades.

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Décio Costa
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