A crise provocada pela pandemia da covid-19 afetou de maneira acentuada o negócio de transporte público de passageiros. Como consequência do risco à saúde diante de doença altamente contagiosa, as operações perderam passageiros e as empresas do segmento receita na medida em que também tiveram de aumentar a frota em circulação a fim de preservar maior distanciamento entre as pessoas.

A Mercedes-Benz, como líder de vendas de ônibus e consciente de suas responsabilidades sociais, encara como um grande desafio o que vem frente, com o retorno gradual do usuário ao transporte coletivo. Para isso a empresa colocará no ar uma campanha de incentivo ao uso do ônibus.

“Mais do uma ação institucional, será uma plataforma de informação que se prestará para divulgar os cuidados que os usuários precisam ter, além das medidas que as empresas do setor estão tomando para proteger o passageiro”, conta Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz.

O canal, ainda sem data para estrear, “somente quando as condições sanitárias permitirem”, adianta o diretor, utilizará todos os meios online de divulgação, como redes sociais. Com a mensagem Coletivo de Cuidados, a campanha apresentará vídeos e testemunhos das ações encaminhadas pelo segmento para reduzir o contágio.

“Diversas operadoras e fabricantes de carrocerias, por exemplo, intensificaram na rotina a higienização dos ônibus, o que deverá vir a ser o novo normal do segmento”, exemplifica o diretor a respeito dos possíveis conteúdos da campanha.

Fretamento sente menos os efeitos da crise

O balanço do primeiro semestre se revela um termômetro de como o segmento de ônibus foi afetado pela pandemia. Pelos números da Mercedes-Benz o mercado encolheu 40,8% no período, de 9,5 mil chassis negociados nos primeiros seis meses do ano passado para 5,6 mil de janeiro a junho de 2020.

“Atrelado às medidas de segurança, que interrompeu produção, o maior impacto foi observado nos meses de abril e maio, que coincide quando a população deixou de usar o ônibus”, avalia Barbosa.

De acordo com as contas do diretor de vendas, somente no segmento de urbanos, o mais volumoso, as vendas recuaram 33% na comparação entre primeiros semestres, de 3,8 mil unidades para 2,6 mil.

Na mesma base, as entregas de rodoviários registraram queda de 28%, de 876 unidades para 628 chassis; as de micro-ônibus 52%, 2,2 mil contra quase 1,1 mil; as de ônibus escolar 56%, com 832 unidades ante 1,8 mil, e as de fretamento 20%, de 593 para 475 chassis.

“Em termos porcentuais, o segmento de fretamento foi o menos afetado, até em função de algumas empresas precisarem aumentar o número de veículos frente a exigência de reduzir o número de passageiros dentro dos ônibus. Só nós registramos 150 novas vendas para várias regiões do País”, conta Barbosa.

Para o ano, o diretor trabalha com uma queda de 52% nas vendas de chassis, alinhado com a Anfavea. Caso se realize será um mercado de 10 mil unidades. “O que pode contribuir com uma leve melhora é o segmento de ônibus escolar. Licitação ainda do ano passado prevê entregas de 6 mil unidades, mas aí depende do governo”, resume.

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Foto: Mercedes-Benz/Divulgação

Décio Costa
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