A pandemia de Covid-19 está se configurado, pelo menos em um primeiro momento, menos nociva à cadeia dos fabricantes brasileiros de autopeças do que muitos supunham há quatro meses. Em live do site Automotive Business (www.automotivebusiness.com.br), realizada nesta quarta-feira, 15, Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, foi categórico: “Não está acontecendo uma quebradeira”.
Ao contrário. Mesmo sem citar números, o dirigente destacou que mais empresas estão se associando do que deixando a entidade — muitas não eram autopartistas, como de eletrônicos —, que reúne perto de cinco centenas de fornecedores de autopeças, componentes e serviços. Na média, o setor tem registrado a mesma movimentação em torno de 10% do quadro de associados verificada anualmente.
Ioschpe comemora a retomada das atividades nas empresas do setor a partir de junho, mesmo em ritmo bem mais lento, escalonada, mas admite que vários fornecedores enfrentam sérios problemas de caixa.
Os problemas de capital das empresas seriam menores se o governo tivesse sido mais eficaz em garantir mais crédito, avalia o presidente do Sindipeças. Ioschpe, porém, destaca que a flexibilização trabalhista nos últimos meses e a postergação de pagamentos de impostos ajudaram. “Claro que essa conta terá de ser paga lá na frente.”
Pondera, porém, que a cadeia automotiva já passou por um período bem mais longo de dificuldades entre 2014 e 2016, com mercados e segmentos importantes, como o de caminhões, encolhendo 70%. “Não foram apenas três meses”, enfatiza.
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O dirigente defende a adoção de outras medidas para acelerar a recuperação do setor, como menor custo e facilidade para os financiamentos dos veículos, alteração na carga e formato de cobrança de impostos e até mesmo renovação de parte da frota.
” Há mais de 300 mil caminhões acima de 30 anos rodando pelo País. Nada melhor do que discutir isso neste momento”, estimula Ioschpe, que ainda vê prematura alterações nas regras dos programa Rota 203o, que estabelece diretrizes diversas diretrizes para o setor, e de emissões de poluentes. “É preciso debater mais, inclusive com outros setores.”
Foto: Divulgação
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