Enquanto a procura por aluguel de carros por parte de motoristas de aplicativos e para o turismo de lazer e de negócios ainda está bem aquém do período pré-pandemia, a busca de veículos visando à terceirização de frotas já está retomando os volumes do início do ano e apresenta tendência de crescimento.
A informação é de Paulo Miguel Junior, presidente do Conselho Nacional da Abla, Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio, ao destacar que há diversos pedidos de cotação para terceirização de frotas e alguns contratos já assinados tanto com empresas da indústria como do comércio.
“É um movimento para fazer caixa”, explica o executivo. “O veículo é um bem com liquidez e terceirizar a frota acaba sendo uma saída em momentos de crise “. Esse segmento é o de maior volume no setor de locação no Brasil, abrangendo 52% da frota total de 1 milhão de veículos, ou seja, perto de 520 mil unidades.
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O segmento de aluguel para aplicativos envolvia no início do ano uma frota de 200 mil veículos, volume que baixou para apenas 40 mil com a chegada da Covid-19 no País, uma queda de 80%. Em julho houve reação, com 25% de crescimento sobre junho.
O presidente da Abla acredita que o movimento ascendente vai continuar, favorecido pela demanda de pessoas que querem fugir do transporte coletivo. “Nem todo mundo pode comprar ou alugar um carro para deixar de tomar ônibus ou metrô. Daí pode vir uma procura maior pelo compartilhamento de veículos”, comenta Miguel Júnior, dizendo acreditar que ainda este ano o segmento retoma os patamares pré-pandemia.
Já a locação diária para turismo de lazer e de negócios tende a ter uma retomada mais lenta. Antes envolvendo uma frota de 280 mil carros, o setor viu a demanda despencar 90%. “O segmento é ligado aos aeroportos e ainda há restrições para viagens do gênero. Por isso estamos trabalhando no desenvolvimento de turismo local, viagens com distâncias entre 150 km a 200 km”.
O presidente da Abla diz que nesse sentido tem o Projeto Retoma São Paulo e podem surgir outros do gênero a partir de conversas que estão sendo mantidas pela entidade com o Ministério do Turismo. Miguel Júnior reconhece ser impossível repetir em 2020 o faturamento de 2019, que chegou a R$ 21,8 bilhões, por causa da forte queda dos negócios entre março e junho.
“Ainda não refizemos projeção, tudo vai depender do que acontecer neste segundo semestre”, comenta. Com relação às locadoras, ele informa que ninguém está conseguindo empréstimo para refazer caixa. “Algumas estão vendendo ativos e pela pesquisa que fizemos no mês passado ainda não tívemos nenhum encerramento de negócio. Mas algumas estão avaliando se vão retomar as atividades ou não”.
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