ARenault anunciou a demissão de 747 trabalhadores de sua fábrica de São José dos Pinhais, PR. Os cortes foram decididos após reunião com o SMC, Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, realizada nesta terça-feira, 17, não resultar em consenso sobre pacote de medidas para a redução do quadro de funcionários que envolvia plano de demissão voluntária para até 800 trabalhadores.

A empresa alega necessidade de reduzir custos e adequar sua estrutura produtiva à nova realidade e perspectivas do mercado automotivo. A Anfavea projeta queda nas vendas internas de até 45% em 2020.

Em nota, a montadora recorda que vinha adotando soluções de flexibilidade, como férias coletivas e a MP936, para o enfrentamento da crise da Covid-19, mas que, com o agravamento da pandemia, queda de suas vendas de 47% nio primeiro semestre  e “falta de perspectiva de retomada do mercado”, buscou, nos últimos 50 dias, negociar com o sindicato outras medidas para manter empregos e competitividade.

Na semana passada, assembleia dos trabalhadores recusou pacote que, dentre outros itens, como data-base e plano de participação de resultados, englobava o PDV, com pagamento de 3,5 a 6 salários, a depender do tempo de contrato do funcionário, além de vale-mercado até o fim do ano e manutenção do plano de saúde por 12 meses.

As negociações sobre data-base e participação nos resultados, entretanto, seguirão, assegura a empresa.

Agora, aos demitidos, a empresa concederá vale-mercado integral até outubro, extensão do plano de saúde para o titular e dependentes até dezembro e programa de orientação para a recolocação no mercado de trabalho.

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Com o corte de 747 trabalhadores, a Renault encerrará o terceiro turno de trabalho nas fábricas de automóveis e de motores do Complexo Ayrton Senna — a de veículos comerciais já atuava em dois períodos apenas — , que já vinham operando em jornada reduzida. Nesta quarta-feira, 22, a fábrica permanecerá fechada, devendo retomar as atividades já em dois turnos no dia seguinte.

Após a assembleia realizada na sexta-feira e a recusa do pactoe, o sindicato informou que a montadora teria 72 horas para apresentar um novo plano e, caso não houvesse consenso, os trabalhores poderiam entrar em greve.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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