Empresa

Greve na Renault termina só com negociação, diz sindicato

Paralisação foi definida após dispensa de 747 trabalhadores

Os trabalhores do Complexo Ayrton Senna da Renault, que reúne fábrica de automóveis, veículos comerciais e motores em São José do Pinhais, PR, entraram em greve por tempo indeterminado na noite desta terça-feira, 21. A paralisação foi definida após a montadora anunciar, poucas horas antes, a demissão de 747  funcionários.

Na sexta-feira, 17, os trabalhadores rejeitaram proposta de Programa de Demissão Voluntária, PDV, feita pela empresa, que objetivava a redução de 800 do atual quadro de 7,2 mil funcionários. Os cortes, justifica a montadora, serão necessários para ajustar os custos à abrupta queda do mercado e da produção em decorrência da pandemia da Covid-19.

Dentre outras medidas, a Renault estava disposta a pagar, a quem aderisse ao programa, de 3,5 a 6 salários, a depender do tempo de  contrato do funcionário, além de vale-mercado por seis meses e convênio médico por mais um ano.

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba informou ainda na própria sexta-feira a rejeição ao plano e a disposição de esperar 72 horas por um novo pacote e alternativas para manter empregos.

A entidade afirma agora que as dispensas foram oficializadas antes, portanto, de esgotado o prazo e em meio às negociações. “Enquanto a empresa não voltar a negociar com o sindicato para reverter a situação, a mobilização vai continuar”, disse a entidade em nota.

“Queremos deixar nosso repúdio pela forma com que esta empresa está agindo mesmo recebendo incentivos fiscais do governo do Estado para gerar e também manter empregos”, ressalta o presidente do SMC, Sérgio Butka.

Já a Renault se defende e enumera série de medidas e discussões encaminhadas ao longo dos últimos dois meses com o sindicato para diminuir o número de dispensas ou assegurar benefícios também para quem permecesse na empresa.

A montadora enfatiza ainda que seu PDV é versão melhorada de programa de outra empresa do setor na região e aprovado pelos trabalhadores há cerca de duas semanas.

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George Guimarães

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