Os trabalhadores do Complexo Ayrton Senna da Renault, que reúne fábricas de automóveis, comerciais leves e motores, decidiram, em assembleia realizada nesta segunda-feira, 27, manter a greve iniciada na última terça-feira, após a montadora demitir 747 funcionários.
Os trabalhadores buscam a reversão das dispensas e medidas que assegurem a manutenção de empregos na fábrica inaugurada em 1998 e que conta com mais de 7,2 mil funcionários. Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), afirma que a paralisação continuará até que a montadora retome o diálogo.
No dia 17 de julho, uma sexta-feira, os trabalhadores rejeitaram proposta de Programa de Demissão Voluntária, PDV, que objetivava a eliminação de 800 postos de trabalho. Os cortes, afirma a montadora, são necessários para ajustar os custos à abrupta queda do mercado e da produção em decorrência da pandemia da Covid-19.
Dentre outras medidas, a Renault estava disposta a pagar, a quem aderisse ao programa de demissões, de 1,5 a 4 salários — mais 2 salários em atendimentio MP 936 — , a depender do tempo de contrato do funcionário, além de vale-mercado por seis meses e convênio médico por mais um ano.
O sindicato informou ainda na própria sexta-feira a recusa ao plano e a disposição de esperar 72 horas, até a quarta-feira, 22, portanto, por um novo pacote e alternativas para manter empregos. As dispensas, contudo, foram anunciadas um dia antes.
A Renault se defende e assegura que desde há pelo menos dois meses, com o agravamento da crise, vinha conversando com o sindicato sobre série de medidas para atenuar os problemas e assegurar benefícios também para quem permecesse na empresa.
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A montadora enfatizou ainda que seu PDV era uma versão melhorada de programa de outra empresa do setor na região e que foi aprovado pelos trabalhadores em junho.
A produção na planta de São José dos Pinhais está interrompida desde a quarta-feira, quando a Renault concedeu folga a todos os funcionários para reestruturar a operação após as centenas de demissões do dia anterior. A volta ao trabalho se daria no dia seguinte, o que não ocorreu com a deflagração da greve na própria terça-feira à noite.
Foto: Divulgação
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