Modelo importado se detaca por acabamento, espaço e tecnologia. Versões a partir de R$ 165,9 mil não têm opcionais.
Começa oficialmente nesta sexta-feira, 7, a pré-venda do Territory, modelo que a Ford começou a importar para o segmento de utilitários esportivos médios. São apenas duas versões, sem qualquer item opcional, dotadas de motor 1. 5 turbo a gasolina de 150 cv e câmbio CVT: SEL e Titanium, oferecidas, respectivamente, por R$ 165.900,00 e R$ 187.900,00.
Quem comprar uma das 250 unidades que estarão disponíveis até 31 de agosto, terá ainda três “brindes”: gratuidade das três primeiras revisões, do primeiro ano de seguro e assinatura anual do FordPass Conect, serviço conectado que engloba desde travamento-destravamento das portas e partida do moto até alertas de funcionamento e localização do veículo por meio de aplicativo no celular.
A Ford não esconde que, ao mesmo tempo que vem para preencher a grande lacuna entre o EcoSport e o Edge, outro importado, o Territory tem como missão roubar consumidores sobretudo do Jeep Compass e do Volkswagen Tiguan dupla responsável por 66% das vendas de SUVs médios, subsegmento que acomoda pelo menos outra dúzia de modelos e representa 4% do mercado interno, cerca de 26 mil unidades no primeiro semestre.
Pela faixa de preço, brigará, mais diretamente, com versões intermediárias e superiores dos dois concorrentes. Apesar da desvantagem de não ter motor flex — o Compass ainda conta com uma versão a diesel 4×4—, o Territory reúne estilo, espaço e recursos tecnológicos que podem, sim, fazer alguns consumidores repensarem sua opção de compra.
Ainda mais quando se incluem nos concorrentes dispositivos opcionais e de preços salgados que já são de série no Ford. Vale citar câmeras 360° para manobras, carregamento de celular por indução, conexão sem cabo com aparelhos da Apple, multimídia com tela de 10,1 polegadas e painel de LCD configurável em três modos, além de teto solar panorâmico.
Com espaço interno generoso, acabamento esmerado — até acima dos concorrentes diretos — e níveis de segurança e conectividade elevados, o Territory tem muito a oferecer a quem, eventualmente, ainda nutre alguma desconfiança com relação a automóveis chineses.
É bom lembrar: o SUV é produzido desde 2018 pela Jiangling Motors, montadora com a qual a Ford tem parceria desde os ano 90 e que produz outros modelos da marca. Sairá da fábrica de Xiaolan, Província de Guangdong, ao lado do utilitário Transit e do SUV Everest.
Apesar das informações contrárias que cercam os próximos passos da operação, Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul, assegura que não há qualquer plano de fabricá-lo na Argentina. Escala e demanda regionais não justificariam, a princípio. Mesmo sendo modo de a empresa se proteger da alta volatilidade das moedas.
A chegada do Territory interrompe um longo período de falta de verdadeiras novidades na linha brasileira da Ford, que nos últimos dois anos perdeu ainda Fiesta, Focus e Fusion. Embora a montadora não divulgue projeções de vendas, naturalmente reforçará a atuação da marca entre os SUVs, segmento de maior ascensão na década e que já lidera o mercado interno com 31% das vendas.
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Líder de vendas entre os utilitários esportivos por mais de uma década, o EcoSport hoje tem participação discreta. Aparece apenas como o oitavo modelo do segmento, com 12 mil unidades vendidas no acumulado até julho, 5% do segmento, menos da metade da participação do líder Volkswagen T-Cross. Outro problema da Ford no segmento: o Edge tem números marginais, menos de duas centenas negociadas em 2020.
A Ford vendeu 70,9 mil automóveis e comerciais leves até julho e deteve 7,66% de participação, foi utrapassada neste ano pela Hyundai (8,46%) e está colada na Renault (7,69%), mas na sexta colocação no ranking das marcas mais vendidas. E com aestreitíssima desvantagem de 280 licenciamentos, a Ford deposita também sobre o Territory a esperança de retomar a quinta colocação.
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