Com queda de 33,7% nas exportações e de 28,4% nas importações em relação a idêntico período de 2019, a indústria de autopeças encerrou os primeiros seis meses do ano com déficit comercial de US$ 1,61 bilhão, o que indica retração de 18,4% na mesma base de comparação e, em termos históricos, é o menor saldo negativo para o primeiro semestre do ano desde 2010.
“Duramente afetadas pelos impactos econômicos, sociais e logísticos da Covid-19, as vendas ao exterior somaram US$ 2,46 bilhões no acumulado do semestre e as aquisições em outros mercados, US$ 4,07 bilhões”, revela o Sindipeças em seu relatório mensal da balança comercial.
Ainda de acordo com a entidade, contribuíram para os resultados verificados no semestre a retração das vendas de autopeças para os principais mercados compradores, como Estados Unidos, Argentina, Alemanha, México e Holanda, e a diminuição das importações, que pode ser atribuída, dentre outros fatores, à alta do dólar, à retomada interna incipiente e à substituição por fornecedores locais.
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Em junho, pela primeira vez no ano, as exportações registram alta em relação ao mês imediatamente anterior, o que o Sindipeças atribui à gradual abertura dos mercados por conta da melhoria das condições sanitárias em várias partes do mundo – especialmente Europa e Ásia – e da forte desvalorização da moeda brasileira. As vendas externas chegaram a US$ 342,5 milhões no sexto mês do ano, alta de 43% sobre maio.
Com relação a junho de 2019, no entanto, verifica-se queda de 37%. No sexto mês do ano passado foram exportados US4$ 543,4 milhões. De qualquer forma, é um índice inferior aos resultados interanuais observados em abril (-57,4%) e maio (-63,6%).
No comparativo de junho deste ano com junho de 2019, os principais mercados de peças brasileiras, dentre eles Estados Unidos, Argentina e México mostraram contrações acima da média de queda do setor, com índices na faixa de 40% a 48%. A exceção foi a Alemanha, com recuo de 14,2%.
Ao totalizar US$ 466,7 milhões em junho, as importações de autopeças mantiveram retração interanual ao redor de 45%, próxima à dos meses de abril e maio. Na passagem mensal, segundo o Sindipeças, a queda foi ainda mais intensa do que à do mês anterior, aproximando-se de 18%.
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