Diante do aumento de números de infectados pela Covid-19 nas fábricas do ABC paulista, o Sindicato dos Metalúrgicos da região está pleiteando que as empresas realizem testes em seus funcionários para tentar evitar maior disseminação do novo coronavírus.
A ação, segundo a entidade, começou a ser implementada na fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo, onde 570 pessoas já tinham testado positivo. A previsão é a de realizar 14 mil testes, entre trabalhadores diretos e terceirizados, durante o período de sexta-feira, 14, até esta quarta-feira, 19.
De acordo com balanço divulgado pelo sindicato, a região do ABC está atingindo perto de 50 mil casos e 2 mil mortes. Wagner Santana, presidente da entidade, diz que desde o início da pandemia a prioridade tem sido garantir as vidas e a saúde de cada trabalhador. “Fizemos o isolamento social e depois aceitamos acordos de retorno ao trabalho que sequer ouviríamos em uma situação normal”, afirmou.
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Na avaliação do sindicalista, é importante que o poder público faça o teste da Covid-19 em massa e que as empresas também façam a sua parte para ter o foco real da transmissão e poder estancar a contaminação e as mortes. “Se não fosse o total desrespeito e desprezo com a humanidade dos governantes que aí estão, o Brasil não estaria assistindo a esse genocídio, que já ultrapassou 108 mil vidas perdidas”.
O coordenador da Comissão de Fábrica na Volkswagen, Wagner Lima, ressaltou que o surto na montadora e o aumento de casos em São Bernardo, que registra 22.749 infectados e 706 óbitos, reforçaram a urgência da reivindicação.
“Toda a negociação com a fábrica foi pautada pela nossa preocupação com a vida em primeiro lugar. Mesmo com todos os cuidados de higiene e sanitários, ainda temos um número crescente de pessoas sendo contaminadas”, comentou Lima, informando ainda que a ferramentaria da Volkswagen ficou parada uma semana por surto. “A testagem é importante para fazer o mapeamento dos focos e o isolamento social de quem der positivo”.
Foto: Divulgação/SMABC/Adonis Guerra
