Três têm mais da metade dos licenciamentos em um único veículo
A sabedoria popular sugere que nunca se deve colocar todos os ovos numa mesma cesta. No caso das montadoras de veículos de grandes volumes isto, de fato, não acontece. Elas investem em várias frentes simultaneamente, dos carros de entrada e hatches a sedãs, SUVs e comerciais leves.
Mas, a depender de ciclos de investimentos, do desempenho dos próprios produtos ou de estratégia descompassada com o momento do mercado, algumas tornam-se altamente dependentes de um, no máximo dois modelos.
Poderiam ser chamadas de marcas de “uma nota só” ou quase. E não são raras as exceções. Daz dez marcas que mais venderam carros de passeio e comerciais leves no mercado interno em 2020, três têm mais da metade dos licenciamentos concentrados em somente um veículo.
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O Kicks é o “filho-prodígio” da Nissan, cuja linha tem mais quatro modelos. Lançado há quatro anos, o SUV acumulou 18,7 mil unidades nos primeiros sete meses do ano, 56,8% de todos os veículos negociados pela marca no período. Nenhuma outra montadora, entre as dez primeiras, depende tanto do desempenho mercadológico de um carro do que a Nissan do Kicks.
Outro SUV protagonista é o Renegade. Líder do segmento nos últimos anos, o modelo perdeu, por bem pouco, a ponta no acumulado até julho para o Volkswagen T-Cross, mas segue como o Jeep mais vendido no Brasil: teve 25,4 mil licenciamentos, 52,8% de penetração nas vendas da marca.
O HB20 tem quase a mesma participação dentro da Hyundai. Foram vendidas 40,7 mil unidades ou 51,9% do total negociado pela própria montadora e também pela parceira Caoa — linhas que, somadas, contam com sete modelos além do hatch fabricado em Piracibaba, SP.
Hoje apenas a 13ª ranking de vendas, com exatos 8.192 licenciamentos registrados nos primeiros sete meses de 2020, a Citroën é a marca generalista que mais tem vivido em função de um único carro.
Embora ofereça nos showrooms de suas concessionárias outros cinco veículos — C3, Aircross, C4 Lounge e s utilitários Jumpy e Berlingo —, o SUV Cactus, com quase 6 mil unidades, responde por 73% dos licenciamentos da marca de janeiro a julho.
É um quadro que pode representar risco de forte perda de participação quando, por exemplo, a geração do produto líder está próxima do fim de sua trajetória ou a concorrência apresentar alternativa mais atraente.
Citroen C4 Cactus | 73% |
Nissan Kicks | 57% |
Jeep Renegade | 53% |
Hyundai HB20 | 52% |
Ford Ka | 48% |
Chevrolet Onix | 43% |
Peugeot 2008 | 41% |
Renault Kwid | 39% |
Honda HR-V | 38% |
Toyota Corolla | 29% |
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Já a lista de marcas que têm a maioria dos licenciamentos em até dois modelos é bem maior. São oito entre as dez primeiras. Ka e Ka Sedan, por exemplo, participam com 67,8% nas vendas da Ford, enquanto Onix e Onix Plus representam 65,4% dos licenciamentos da GM.
A Renault tem dependido um pouco menos de sua dupla de ataque Kwid e Sandero, que acumulam 60,5% de participação nas vendas. Situação similar à da Honda, que vê HR-V e Civic colaborando com 60% dos emplacamentos.
A marca que mais precisa cuidar bem de seus dois carros líderes é a Jeep. Se o Renegade responde por mais de um de cada dois carros vendidos pela fabricante no Brasil, o Compass agrega outros 46,7% dos negócios.
Resultado: Wrangler e Cherokee, importados que completam a linha de utilitários esportivos, têm participação somada de 0,5%.
Fotos: Divulgação
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